| 08/11/2005 09h30min
O governo do Rio Grande do Sul rejeitou a autorização do Ministério da Agricultura para que o Rio Grande do Sul antecipe a vacinação contra aftosa em animais ainda não-imunizados ou primovacinados (que já receberam uma dose). A estratégia do Palácio Piratini anunciada ontem é aumentar a pressão política para aplicar a dose em todo o seu rebanho em dezembro, um mês antes do calendário atual.
– Até aqui, vínhamos tratando com a área técnica. Agora, vamos conversar diretamente com o ministro (da Agricultura, Roberto Rodrigues) – disse o secretário estadual da pasta, Odacir Klein.
Segundo Klein, o trabalho para rastrear as cerca de 2,5 milhões de cabeças não-vacinadas ou primovacinadas levaria muito tempo e avançaria pelo mês de dezembro. Além disso, o secretário avalia que se o Rio Grande do Sul começasse uma busca por animais que deixaram de tomar a dose, causaria uma suspeita infundada nos mercados internacionais quanto à sanidade do rebanho gaúcho.
Essa é também a alegação do Ministério para rejeitar a hipótese de vacinação geral do gado em novembro ou dezembro. O documento enviado ao Estado pondera que "a antecipação solicitada pode levantar a suspeita de ocorrência da doença no Rio Grande do Sul" e de "que a vacinação estaria sendo empregada para sua contenção". O ofício, porém, admite que, a partir de 2006, o Estado migre gradualmente para um calendário semelhante ao do resto do Brasil, com etapas em novembro e maio.
Mesmo sem a autorização ministerial para vacinar o rebanho inteiro antecipadamente, o Estado afirma que, no início de dezembro, terá as 4 milhões de doses necessárias para doação aos pequenos pecuaristas.
Entenda a situação
Como é no RS: o Estado vacina o rebanho inteiro em janeiro e fevereiro e animais de até dois anos em julho e agosto, embora na prática a imunização comece por vezes em junho e se encerre em julho
Como é nos demais Estados livres de aftosa: vacinação geral em novembro e de animais jovens em maio
O que o RS propõe: antecipação da vacinação de janeiro e fevereiro para dezembro e ajustamento ao calendário dos demais Estados em 2006
O que o governo federal defende: não antecipar a vacinação do gado gaúcho, a menos que o Estado opte por imunizar apenas não-vacinados e primovacinados. Para o ano que vem, adequação gradual ao calendário do resto do país, desde que haja fundamentação técnica comprovada
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