A tendência de queda nos juros básicos (Selic) deve se manter nos próximos meses e chegar a 2 pontos percentuais até dezembro. A avaliação é do economista-chefe da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), Roberto Luís Troster. Como Troster, outros analistas também apostam em novas diminuições na Selic durante o ano.

Troster observa que o corte nos juros deve fazer cair a inadimplência nas operações de crédito e aumentar a carteira de clientes dos bancos. Edison Marques Moreira, analista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), também aposta na continuidade das reduções na taxa:

– O Banco Central está indicando para o mercado que acredita no cumprimento da meta inflacionária acordada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de 3,5% ao ano, com possibilidade de variação de 2% para cima ou para baixo.

Moreira afirma que o corte na taxa também tem o objetivo de tranqüilizar e estimular os empresários a investirem, mesmo em ano de eleições presidenciais. O cenário é endossado pela assessoria econômica da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), que confirma a melhora nas expectativas do mercado e a motivação para investimentos na indústria.

Conforme a assessoria, a diminuição na Selic constitui-se no primeiro passo para uma redução de até quatro pontos até o final deste ano. O maior benefício, segundo os economistas, será para a indústria de bens de consumo duráveis. O presidente da Associação dos Bancos no Rio Grande do Sul, José Luiz Peixoto de Almeida, explica que o percentual anunciado na quarta feira, de 18,75% ao ano, ainda não terá reflexo nos empréstimos e financiamentos de pessoa física.

– Para que os bancos mexam nos juros, é preciso que a tendência de queda seja mantida. Se o governo anunciar em março nova redução é possível que em abril ou maio os clientes sintam o impacto – diz.

Para o presidente da Associação das Empresas de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Ricardo Malcon, a redução na Selic será favorável para contratos que envolvem grandes valores e os pré-fixados.