O ex-presidente do PT Tarso Genro chamou de fantasiosa e irresponsável a reportagem publicada nesta semana pela revista Veja, segundo a qual o partido teria falsificado a assinatura do próprio Tarso em documento enviado à Comissão de Ética da Câmara. A fraude envolveria uma representação do PT contra o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), que acusou o ex-ministro José Dirceu de omitir empréstimo de R$ 14 mil de suas declarações de renda. Para os petistas, além de não provar a denúncia, Lorenzoni teria violado dados protegidos por sigilo bancário e fiscal.

– Essa é uma matéria fantasiosa, irresponsável. É estranho e irônico que alguém falsificasse a própria assinatura – disse o petista, garantindo que é sua a letra que aparece no documento.

Para sustentar a reportagem, Veja consultou o perito Celso Del Picchia, o mesmo que recentemente confirmou a autenticidade da assinatura do então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, num documento que o parlamentar negava ter assinado.

No laudo apresentado à revista, Del Picchia decreta sem resssalvas a inautenticidade dos sinais gráficos atribuídos à Tarso Genro - que na época presidia o PT.

– Houve representação do partido contra o deputado (Lorenzoni) na Comissão de Ética. Foi feita pelo jurídico do partido, assinado e remetido à bancada. O perito pode ter examinado outro documento. Qual o documento que o perito examinou, não temos a mínima idéia – disse o ex-presidente do PT.

Tarso sugeriu que o partido não poderia ter responsabilidade no caso de "modificação de alguma folha" depois da entrega da representação.

– Eu assinei e remeti. Se lá na tramitação, lá dentro, houve modificação de alguma folha, alguma coisa, isso eu não sei. Eu estranho que tenham dito que a assinatura é falsa porque eu assinei o documento – insistiu ele.

A nova denúncia aparece num momento de forte bombardeio contra o PT e suas principais lideranças. Em outra reportagem, a revista IstoÉ Dinheiro traz o depoimento do empresário Márcio Antônio Francisco, que acusou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de liderar um esquema de liberação de verbas do BNDES em troca de pagamento de propina.

AGÊNCIA O GLOBO