| 11/03/2002 22h54min
Pela primeira vez desde 12 de junho de 1996, o peso encostou no real nesta segunda-feira, dia 11 de março. A moeda argentina terminou o dia valendo 2,35 por dólar, enquanto no Brasil a cotação fechou em R$ 2,355. Segundo especialistas, a convergência de valor pode reforçar a troca comercial entre os dois países, embora a curto prazo a desvalorização do peso beneficie mais a Argentina.
O empate na cotação é resultado de trajetórias muito distintas. O peso flutua há pouco mais de um mês depois de 11 anos amarrado ao dólar pela Lei de Conversibilidade. O real, que chegou a ser cotado acima do dólar pouco depois de sua criação, em 1994, está em regime de livre flutuação há três anos.
– Fica muito favorável para as empresas argentinas exportarem para o Brasil – constata Gustavo Segre, diretor do CenterGroup, que faz intermediação de negócios entre os dois países.
Se ainda com o peso amarrado ao dólar o superávit argentino em cima do Brasil foi de US$ 1,2 bilhão, em 2001, Segre estima que as exportações dos hermanos vão superar as importações em US$ 3,5 bilhões neste ano. Ele ressalva, porém, que a economia brasileira está mais dinâmica e a crise argentina, mais complexa.
– Desde que a Argentina consiga se aprumar, o comércio entre Brasil e Argentina pode voltar aos níveis anteriores à desvalorização do real – observa Ermínio Beck, presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-Argentina do Estado.
O perigo ronda os segmentos mais sensíveis à concorrência argentina do Estado, principalmente arroz, produtos lácteos e carne. Também há expectativa da redução no preço em dólar de manufaturados exportados pelos vizinhos, que seriam compensados por receber mais pesos pelo mesmo valor na moeda norte-americana.
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