A Administração Nacional de Atletismo chinesa, que rege o esporte no país, manterá a suspensão por doping a Sun Yingjie, campeã nacional da maratona, apesar de um tribunal tê-la eximido ontem de toda responsabilidade ao considerar que ela tinha sido drogada por outra atleta, informou hoje a imprensa local.

– O doping é um negócio nos esportes e as normas antidoping não estão relacionadas à lei criminal. O castigo a Sun será de acordo com os regulamentos, e não mudará por uma sentença judicial – disse Shen Chunde, subdiretor do organismo.

Com isso, será mantida a suspensão de "pelo menos dois anos" à atleta, uma das grandes esperanças do atletismo chinês para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Yingjie deu positivo por androsterona após a final dos 10.000 metros nos Jogos Nacionais, em 16 de outubro, em que conquistou a medalha de prata. Um dia antes, ela foi ouro na maratona.

Ela perdeu só a prata, pois os testes realizados no dia em que conquistou a primeira colocação deram negativo.

Sun acusou outra atleta, Yu Haijiang, de ter colocado a substância numa bebida sem que ela soubesse, algo que a outra corredora reconheceu ante os juízes, mas alegou que não foi de má fé.

A androsterona era uma droga de amplo uso entre atletas na década de 80, mas foi proibida há anos.

Segundo a imprensa oficial, Sun é a "principal vítima" da campanha que a China se comprometeu a realizar contra o doping no esporte, com vistas à competição de 2008.

Este ano, 27 atletas deram positivo em exames antidoping, o que fez com que alguns fossem afastados já nos Jogos Nacionais.

AGÊNCIA EFE