| 21/12/2005 09h32min
Os parlamentares da CPI dos Correios vão revelar hoje uma operação que levou mais de R$ 9 milhões de dinheiro público aos cofres do valerioduto. A engenharia financeira rastreada pelos técnicos da comissão é quase idêntica à chamada operação BB-Visanet, primeira prova de que pelo menos R$ 10 milhões dos R$ 55 milhões que financiaram o mensalão vieram dos cofres públicos. Envolve os mesmos personagens e mecanismos de lavagem, mas ocorreu antes e apresenta valor pouco menor.
No dia 19 de maio de 2003, a Companhia Brasileira de Pagamentos (Visanet) depositou R$ 23,3 milhões na conta da DNA Propaganda no Banco do Brasil (BB), a título de antecipação de lucros. O BB é um dos principais acionistas da Visanet e firmara contrato de publicidade com a DNA, uma das agências de Marcos Valério de Souza.
Um dia depois de receber a transferência, a DNA investiu o valor quase integral - apenas R$ 90 mil ficaram de fora - num fundo do próprio BB. Dois dias depois, mesmo com R$ 23,3 milhões de saldo na conta, a agência tomou empréstimo de R$ 9,7 milhões junto ao BB. Logo depois, a DNA transferiu exatos R$ 9,7 milhões para a conta da agência SMP&B, outra empresa de Valério, no Banco Rural. No mesmo dia, a DNA transferiu outros R$ 9,7 milhões para a conta da SMP&B. Esse dinheiro ficou a descoberto. Assim, a conta da SMP&B ficou com saldo de R$ 19,4 milhões.
No dia 26 de maio, com mais de R$ 19 milhões na conta, a SMP&B contraiu um empréstimo de R$ 18,9 milhões junto ao Banco Rural. É um dos empréstimos apresentados por Valério e pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares como origem dos recursos do caixa 2 do PT.
No mesmo dia, a SMP&B transferiu R$ 9,7 milhões para a conta da DNA, que pagou o empréstimo contraído. Os cerca de R$ 9 milhões restantes ficaram limpos na SMP&B e foram canalizados para o pagamento do chamado mensalão.
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