Preocupado em construir uma aliança partidária de apoio à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá anunciar de uma só vez o lançamento de sua candidatura e uma reforma ministerial. Segundo ministros, Lula fará uma operação casada entre a eleição presidencial e as disputas regionais.

O presidente discutirá caso a caso com os ministros que querem concorrer em 2006. Lula deverá acelerar as conversas em fevereiro. O prazo legal para a desincompatibilização dos ministros que pretendem concorrer é o dia 31 de março. Lula disse ao comando do PT que até março tomará uma decisão sobre sua candidatura à reeleição.

– Será um tratamento individual de cada ministro – disse o ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, que ainda não anunciou se será candidato ao governo da Bahia.

O dilema de Lula é reforçar as disputas regionais e acabar ficando com um ministério fraco politicamente, formado por técnicos. Nos bastidores, assessores do presidente dizem que os ministros vão esperar, além da decisão do presidente, que o quadro eleitoral fique mais claro.

– A posição dos ministros vai depender dos planos do presidente de fortalecer as candidaturas nos Estados. No caso de Minas, por exemplo, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) seria uma alternativa para concorrer – disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que decidiu ficar no governo até o fim.

Lula já pediu ao ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, que permaneça no governo. Já o presidente da Infraero, Carlos Wilson, será candidato a deputado.

Integrantes do governo dizem que a permanência ou não no ministério dependerá das pesquisas de intenção de voto na época em que a decisão for tomada.

– Se em março a situação estiver muito ruim e as pesquisas estiverem indicando derrota do governo, a maioria sai. Não tem muito mistério – disse um ministro.

ZERO HORA