| 27/12/2005 18h02min
Em uma cena rara desde o início da convocação extraordinária do Congresso, em 15 de dezembro, a Comissão Mista de Orçamento está reunida para votar os relatórios setoriais do Orçamento Geral da União para 2006. Com plenário lotado, o PSDB e o PFL não aceitaram a proposta de discutir apenas os pontos mais importantes e obrigaram a comissão a ouvir a leitura completa das 27 páginas do relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para as áreas de agricultura e desenvolvimento agrário. O relator geral do Orçamento, Carlito Merss (PT-SC), protestou, mas não conseguiu apressar os trabalhos.
Os dois setores terão verba de R$ 8,3 bilhões em 2006. Jucá aumentou em R$ 17 milhões os recursos destinados para a prevenção e erradicação de doenças como a febre aftosa, que voltou a infestar o gado brasileiro neste ano derrubando as exportações. Outros R$ 67,4 milhões serão destinados para essa atividade, que inclui também as medidas preventivas contra a gripe aviária, uma epidemia que se alastra por vários países.
Parlamentares governistas e de oposição consideram que o aumento de R$ 17 milhões é pouco. Eles defendem que o aumento deveria ser de pelo menos R$ 20 milhões
Jucá, um aliado do governo, criticou a proposta do Executivo, apoiado pelo deputado Pauderney Avelino (PFL-AM).
– É pouco dinheiro para prevenção de doenças. O Brasil era o maior exportador de gado bovino. É o maior de frango e espero que não se abata sobre o país a desgraça da gripe aviária – afirmou.
Segundo Pauderney, a oposição não está fazendo nenhum jogo com o governo ao exigir a leitura dos relatórios, mas apenas analisando a proposta. Seis relatórios setoriais estão prontos, mas Pauderney estima que alguns fiquem para janeiro. A intenção é votar essa semana três ou quatro relatórios.
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