A Comissão Mista de Orçamento concluiu no fim da manhã de hoje a votação do texto principal do primeiro dos 10 relatórios setoriais que precisam ser votados da proposta orçamentária para o ano de 2006. O deputados aprovaram o texto do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para o setor de Agricultura e Desenvolvimento e analisam agora os destaques para votação em separado (DVS).

Um grupo de parlamentares, alguns da oposição, está pressionando para que o valor destinado no relatório para as emendas apresentadas por comissões seja reduzido, e para que seja aumentado o valor destinado às emendas de bancada. O relatório do senador Romero Jucá destina para as emendas de comissão R$ 124 milhões, R$ 91 milhões para emendas de bancada e R$ 156 milhões para emendas apresentadas individualmente pelos parlamentares.

– As emendas de comissão refletem o interesse dos ministros e dá margem apenas para que o presidente da comissão possa negociar com eles. As emendas de bancada relfetem os interesses diretos dos Estados – reclamou o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Com a distribuição dos R$ 227 milhões proposta no relatório de Jucá, o Estado do Paraná recebeu R$ 4,1 milhões para o setor, o que na opinião do deputado, é muito pouco.

– O grande problema é que venceu o lobby dos ministros – disse o senador Romeu Tuma (PFL-SP)

O relator reagiu às críticas:

– Isso é palhaçada. Não estou atendendo a ministros. Estou atendendo a políticas públicas. Nós somos um país continental – disse Jucá, acrescentando que destinou quase R$ 1 bilhão, incluindo emendas advindas de outros setores, para a Embrapa e R$ 67 milhões para o combate a febre aftosa.

Ricardo Barros concorda que os recursos para a Embrapa e para o combate à febre aftosa beneficiam os Estados, mas insiste que a distribuição dos recursos não está justa. Ele apontou ainda que o relatório destinou para a Comissão de Agricultura do Senado R$ 24 milhões e apenas R$ 1 mil para a Comissão de Agricultura da Câmara.

AGÊNCIA O GLOBO