| 18/01/2006 14h15min
O fraco desempenho da economia em 2005 acabou refletindo na criação de postos de trabalho formais no país. De acordo com o ministério do Trabalho, no ano passado foram criados 1,254 milhão de empregos com carteira assinada, cerca de 17,7% a menos do que o resultado do ano anterior, cujo saldo (diferença entre empregos criados e perdidos) ficou em 1,523 milhão de postos.
A projeção para 2006 do ministro Luiz Marinho é repetir o desempenho de 2004. Caso seja concretizada, o total ficaria em cerca de 5 milhões de postos de trabalho formais criados durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), que chegou a falar na criação de dez milhões de empregos durante a campanha presidencial.
Em 2005, o setor da indústria de transformação foi a que mais desacelerou o ritmo de crescimento do emprego, com apenas 177,548 mil postos de trabalhos criados, quase 65% a menos do que os 504,61 mil gerados no ano anterior. O comércio também perdeu fôlego, com saldo de 389,815 mil empregos, contra 403,940 mil de 2004. Questionado sobre a razão dessa desaceleração, Marinho culpou a política monetária.
– É por causa da nossa querida e estimada Selic – afirmou o ministro, referindo-se à taxa básica de juros, hoje em 18% ao ano e considerada muito elevada, sobretudo pelo setor produtivo, e que segurou o crescimento maior do país em 2005.
Do lado positivo, o setor de serviços foi o que melhor desempenho teve em relação à geração de empregos, com saldo positivo de 569,705 mil postos, 21,2% a mais do que em 2004, quando ficou em 470,123 mil. A construção civil também mostrou força, com resultado positivo de 85,053 mil empregos, 67,55% a mais do que no ano anterior (50,763 mil unidades).
– Para este ano (2006), esses setores continuarão crescendo mais – adiantou o ministro.
A região Sudeste foi a que mais gerou saldo positivo na criação de empregos em 2005, com 790,111 mil postos de trabalho. Deste total, o Rio de Janeiro ficou com 121,111 mil empregos, ocupando o terceiro lugar na lista, encabeçada por São Paulo (472,931 mil empregos) e Minas Gerais (155,409 mil).
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