O Inter está seriamente ameaçado de ficar somente com o Gauchão por disputar neste semestre. Com a derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG nesta quinta, 28 de março, a equipe gaúcha agora precisa bater os mineiros por uma diferença de três gols no jogo de volta pelas oitavas da Copa do Brasil, no Estádio Beira-Rio, quarta-feira. Ou devolver o placar imposto no Mineirão, a fim de decidir a classificação nos pênaltis em Porto Alegre.

O predomínio atleticano foi quase total nos 90 minutos da partida. A exemplo do confronto diante do Furacão, sábado passado, o Inter foi envolvido em campo e poucas vezes soube chegar com perigo na frente. Desta vez, a diferença ficou por conta dos gols, que não surgiram, e da defesa, que mostrou boas novidades. Se, especialmente no primeiro tempo, o centroavante Fernando Baiano esteve completamente isolado e Miguel mais uma vez sucumbiu à marcação, os estreantes Amelli e Leandro Ávila aprovaram e devem seguir entre os titulares.

Porém as boas atuações do zagueiro e do volante acabaram ofuscadas pela incapacidade de buscar o resultado. Diogo Rincón, recuperado de lesão no ombro, entrou com a promessa de infernizar a defesa. Foi burocrático, lento e incapaz de furar o bloqueio armado pelo treinador Levir Culpi. Maricá, mais uma vez, não deu a resposta esperada no apoio pelo lado direito.

Já o Atlético só confirmou as qualidades que Ivo tanto lembrou e temeu durante a semana. Marques soube escapar da marcação de Alexandre com muita movimentação e acabou inaugurando o placar aos 21 minutos da primeira etapa. Bruno, aquele lateral-direito de passagem discreta pelo colorado em 2001, escapou pela ponta e passou para o camisa nove do time mineiro. Marques avançou tabelando com Guilherme, apareceu na direita para receber e, desviando de Clemer, tocou por baixo, direto para as redes. Pouco depois, Rodrigo limpou com a canhota de fora da área e explodiu a bola no travessão. E o Inter não conseguiu reagir de forma objetiva. Para se ter uma idéia, o primeiro chute a gol surgiu somente aos 44, com Alexandre batendo alto, pela linha de fundo.

Depois do intervalo, Ivo trocou Rincón por Claiton e viu sua equipe subir de rendimento. O terceiro volante deu mais segurança ao meio-campo e, ainda, acertou alguns passes de qualidade para os atacantes. Sua entrada liberou Carlos Miguel e Fabiano para saírem mais à frente, e surgiram algumas oportunidades. Aos nove minutos, Miguel arriscou da meia-esquerda e obrigou Velloso a fazer grande defesa. O ímpeto, porém, acabou aos 19. Mancini escapou pela direita e Cássio apelou para a falta, quase dentro da grande área. Enquanto os jogadores colorados arrumavam a barreira, Djair, oportunista, cobrou rápido, pegando toda a defesa desprevenida. A bola subiu no segundo pau, onde Guilherme escorou para dentro com o peito, às costas da zaga. O Inter acusou o golpe. Aos 28, Wortmann apelou para Fabiano Souza, repetindo a dose dos últimos confrontos. Sua intenção era sacar Fabiano Costa, mas, naquele momento, Ávila sentiu cãibras e teve de sair.

A troca não teve efeitos práticos. Bruno, inclusive, meteu outra bola no travessão aos 38 minutos e, no detalhe, não decretou o 3 a 0. O colorado volta a enfrentar o Atlético-MG no domingo, pela Copa Sul-Minas. Para os gaúchos, praticamente desclassificados no torneio regional, o jogo não tem muito valor. Mas, se voltarem a perder, quem pode pagar o preço é Ivo Wortmann. Há boatos cada vez mais fortes dando conta de que técnico está na corda bamba, apesar de, oficialmente, o presidente Fernando Carvalho declarar que ele será mantido. Em seguida ao fim da partida, dirigentes do Inter se reuniram enquanto Ivo concedia entrevista coletiva.

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