| 21/01/2006 16h42min
Em jantar na quinta com a bancada do PMDB no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o partido só deveria lançar candidato à sua sucessão se ele for "viável". Do contrário, afirmou, deveria indicar um nome para vice em sua chapa.
O presidente gostaria que Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que deseja deixar o cargo em março e que pretende se filiar ao PMDB, fosse seu vice. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a oferta ocorreu ao final do jantar, numa roda de conversa que reuniu o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente da República e senador José Sarney (AP) e o líder da bancada, Ney Suassuna (PB).
Apesar do desejo de Lula, a ala governista da sigla acha difícil uma aliança formal. Renan, Sarney e Suassuna pediram que o presidente os ajude a derrubar a verticalização (regra que induz os partidos a repetir nos Estados a aliança nacional).
Dizendo-se "preparado para debater com qualquer um" na campanha, Lula prometeu se empenhar no Congresso para "explodir" a verticalização. Segundo os peemedebistas, a queda da verticalização ajudaria o petista a fechar alianças estaduais. O fim da verticalização depende de projeto a ser votado no Congresso. Avaliou-se que há dificuldade para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubar a medida em nova interpretação da lei.
Lula confidenciou no jantar, realizado no apartamento de Suassuna, que está reunindo dados para avaliar a melhor maneira de enfrentar os tucanos. Reconheceu que os pré-candidatos do PSDB - o governador paulista Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo José Serra - "são fortes", mas mostrou confiança ao dizer que "dá para vencer" porque "o jogo ainda não foi jogado".
Bem-humorado, disse que PT e aliados devem partir para o "enfrentamento".
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