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 | 24/01/2006 07h00min

Cúpula governista do PMDB deve aderir à candidatura de Rigotto

Reunião da executiva marcada para as 11h deverá ser pacífica

A cúpula governista do PMDB desistiu de combater a prévia para escolha do candidato do partido a presidente e deve aderir à candidatura do governador Germano Rigotto. Segundo um importante dirigente peemedebista, o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) decidiram unir-se à ala que faz oposição ao governo contra a candidatura presidencial do secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio, Anthony Garotinho.

Diante desse acerto, a reunião da executiva nacional, convocada para as 11h de hoje para tratar das prévias, deverá ser pacífica. Depois de uma conversa reservada com Sarney na residência oficial da presidência do Senado, na manhã de ontem, Calheiros mudou o discurso.

– Brigar para adiar as prévias seria um tiro no pé – declarou.

Inicialmente marcada para o dia 5 de março, a consulta interna deverá ser remarcada para o dia 19, apenas para descolar as prévias da semana do Carnaval. O adiamento para abril, como chegou a ser aventado pela ala governista, deixaria Rigotto praticamente fora da disputa, uma vez que o prazo para os governadores candidatos à Presidência renunciarem aos cargos termina no dia 31 de março.

O primeiro passo concreto para o entendimento foi dado hoje mesmo, quando Calheiros e Sarney participaram de uma reunião com o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), que liderava o movimento da ala de oposição ao governo em defesa da candidatura própria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro foi realizado na casa do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB).

Depois da adesão pública dos governadores de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e de Santa Catarina, Luiz Henrique, à candidatura de Rigotto, o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, começou a se articular com outros três governadores peemedebistas. A idéia é fazer um ato político em São Paulo para anunciar o apoio em bloco dos governadores a Rigotto, deixando Garotinho isolado apenas com o voto de sua mulher, a governadora Rosinha Garotinho (PMDB-RJ).

Embora preferisse que o PMDB realizasse as prévias bem mais adiante, perto da convenção de junho, Calheiros propôs ontem que as duas correntes do partido se reaproximem e não repitam "o espetáculo ridículo" de ficar brigando por data.

– Temos é de trabalhar para unificar o partido e transformar sua força regional, que é enorme, numa força política competitiva do ponto de vista nacional – disse.

O presidente do Senado também declarou-se contra a indicação de um vice do PMDB para compor com o PT de Lula ou qualquer outro partido. Insistiu que só vê uma hipótese de aliança entre os grandes partidos na corrida presidencial: a de o PSDB montar chapa com um vice do PFL.

– O PMDB ajuda na governabilidade, mas tem de ter seu projeto próprio de poder e lançar candidato a presidente – arrematou.

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