| 01/04/2002 22h20min
O Exército israelense está tentando invadir na madrugada desta terça-feira (horário local) o quartel-general de Jibril Rajoub, o líder das forças palestinas na Cisjordânia, disse à Reuters, por telefone, o próprio Rajoub. O chefe da segurança na região disse que 400 palestinos estão no local. As Forças de Defesa de Israel ainda não se pronunciaram sobre essa ação, entretanto, militares do país alegam que Rajoub está protegendo cerca de 50 militantes acusados de planejar atentados contra Israel. Rajoub nega a informação e diz que se as tropas de Israel entrarem no quartel haverá um massacre.
E, em Belém, na Cisjordânia, o que era uma ameaça, agora é uma realidade, depois do cerco à cidade, tropas israelenses ocuparam na madrugada desta terça-feira (horário local) um grande campo de refugiados. A incursão no campo de Deheisheh veio horas depois que o Exército ocupou Tulkarem, Ramallah e Qalqilya, onde os soldados revistam todas as casas à procura de supostos terroristas. A ocupação continua, apesar de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) ter condenado a ação.
Informações de agências internacionais dão conta de que as tropas israelenses estiveram bem próximas, cerca de 500 metros da Igreja da Natividade, lugar onde Jesus nasceu, de acordo com a tradição cristã. As informações são da Globo News.
Diante do crescente clima de tensão no Oriente Médio e sob pressão para agir mais ativamente para conter a violência na região, o presidente dos EUA, George W. Bush, voltou a pedir o fim dos atentados terroristas.
– Não haverá paz enquanto houver terrorismo. Gostaríamos de ver Arafat denunciar as atividades terroristas – insistiu Bush.
O presidente lembrou que tanto Israel como a Autoridade Nacional Palestina (ANP) comprometeram-se com o acordo de redução da violência proposto por George Tenet, diretor da CIA (a agência de inteligência dos EUA), e com o plano Mitchell que trata da retomada do processo de paz.
– Temos um caminho para a paz – ressaltou Bush, que insistiu em dizer que Arafat deve cumprir seus compromissos, começando por atuar de forma mais eficaz na prevenção dos atentados.
Também nesta segunda o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, fez duras críticas ao Irã, Iraque e Síria, afirmando que os países apóiam o terrorismo e inflamam a escalada da violência no Oriente Médio.
– Assassinos não são mártires, atingir civis é imoral, qualquer que seja a desculpa, terroristas declararam guerra à civilização, e Estados como Irã, Iraque e Síria estão financiando uma cultura de assassinato político e bombardeios suicidas – ressaltou Rumsfeld.
O governo brasileiro, por sua parte, defendeu o diálogo para acabar com o conflito no Oriente Médio. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, o presidente Fernando Henrique tem feito apelos a Israel para que retire as tropas de Ramallah e de outras cidades palestinas. Da mesma forma como pediu garantias de vida para Arafat, Lafer condenou com veemência os ataques terroristas contra Israel. Quanto à possibilidade de o Brasil enviar tropas à região, Lafer disse que uma decisão dessa natureza somente poderá vir a ser tomada se houver um entendimento no âmbito da ONU.
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