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As empresas aéreas decidiram deflagrar uma estratégia agressiva de preços para tentar evitar prejuízos como os que amargaram no ano passado. A TAM e a Vasp anunciaram ontem reduções nos valores de suas passagens. A decisão mais radical veio da TAM, que diminuiu em até 60% o preço do bilhete da trecho Congonhas-Santos Dumont, considerado o filé mignon da aviação.
A empresa que deflagrou a atual guerra de preços foi a Gol, que reduziu no último dia 27 em até 60% os preços de bilhetes para cinco rotas, como Brasília-Porto Alegre. A Vasp também entrou na briga e passará a conceder hoje descontos de 10% a 15% em 300 trechos, principalmente no Nordeste e em Minas Gerais. A Rio Sul, que trabalha em conjunto com a Varig nos vôos da rota São Paulo-Rio, afirmou que está estudando reduções nos valores de seus bilhetes. A guerra de preços se deve ao excesso de oferta de assentos no Brasil. Houve crescimento de 9,5% entre 2000 e 2001, que fechou com 45.319.325 assentos.
A decisão da TAM ocorreu porque a ocupação dos assentos nos 32 vôos diários que realiza entre São Paulo e Rio está em 38%. Nos bons tempos, como em 2000, a companhia atingia ocupação de até 75%. A partir de hoje, passa a cobrar um valor mínimo de R$ 120 pelo trecho (só ida), dependendo do horário. Até ontem, o valor oficial era de R$ 279.
– Quando uma empresa joga os preços dos bilhetes para a rota Congonhas-Santos Dumont no chão é que a situação está muito delicada – declarou o consultor de aviação Carlos Martinelli.
Para Martinelli, a atual estratégia de descontos terá resultados dramáticos se for mantida em médio e longo prazos.
– As companhias querem garantir caixa e desistiram de ter lucro. Mas a longo prazo, isso poderá ter conseqüências trágicas nos balanços – avaliou.
O consultor lembrou que em 1992, por exemplo, a TAM e outras empresas travaram uma guerra de preços que só trouxe prejuízos. Já no ano passado, a TAM amargou perdas de R$ 56,4 milhões. A Varig teve prejuízo de R$ 481 milhões.
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