| 31/01/2006 09h46min
Palavras comuns nas vitrines brasileiras, como "sale" e "50% off", no lugar de liquidação ou desconto, estão na mira do Ministério Público (MP).
Para disciplinar o uso da língua estrangeira nas relações de consumo, o MP Federal vai entrar em breve com uma ação civil pública na Justiça para exigir que o estabelecimento traduza as expressões em inglês. O objetivo é que todos os consumidores tenham o direito de entender o que está escrito.
– O uso exclusivo da língua estrangeira é discriminatório – diz o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, de Guarulhos, responsável pelo processo.
Segundo ele, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) exige que a comunicação com o cliente seja clara e precisa.
– E em língua estrangeira não há clareza – afirma.
Nas ruas, há quem apóie a iniciativa.
– Eu sou totalmente contra o uso de palavras em inglês. Não sei o que elas significam, não tenho curso de inglês. Seria melhor se traduzissem – diz a dona-de-casa Helena Maria de Andrade, de 43 anos.
Ela conta que fica constrangida em entrar na loja e perguntar o que a expressão significa.
– Até nome de lanches eles colocam em inglês, é um absurdo – reclama.
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