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 | 05/02/2006 10h23min

Venezuela diz que espiões americanos serão presos e expulsos

Chefe de gabinete da embaixada venezuelana foi expulsa dos EUA

A Venezuela advertiu hoje que se membros da embaixada dos Estados Unidos em Caracas continuarem efetuando tarefas de espionagem serão detidos e expulsos.

– Se continuarem espiando vamos agarrá-los com a mão na massa e prendê-los – disse o presidente Hugo Chávez perante dezenas de milhares de simpatizantes que participaram de uma manifestação em apoio a seu governo e contra os EUA.

– Claro, depois os entregaríamos à embaixada, porque eles têm imunidade diplomática e nós cumprimos com a Convenção de Viena, mas não vão vir aqui e fazer o que lhes dá vontade – acrescentou o presidente venezuelano.

A advertência de Chávez se emoldura na crise que começou na semana passada quando agentes da contra-espionagem venezuelana descobriram a fuga de documentos secretos para os Estados Unidos, entre eles o contrato de compra de aviões espanhóis que Washington vetou.

A Venezuela afirmou que o porto-riquenho John Correa, adido naval americano em Caracas, era uma das peças deste caso de espionagem que envolve um número não determinado de oficiais da Armada venezuelana.

Chávez qualificou hoje Correa de "traidor" à causa porto-riquenha e disse que quando se deram conta de que tinha sido descoberto enviaram-no imediatamente de volta aos EUA alegando que estava doente.

O presidente divulgou hoje uma parte das provas reunidas contra Correa, consistentes em e-mails interceptados pelos agentes venezuelanos, nos quais os oficiais "traidores" informavam-no sobre assuntos reservados das Forças Armadas.

Chávez ordenou na quinta-feira a saída do país de Correa e Washington respondeu na sexta-feira com a expulsão de Jenny Figueredo, chefe de gabinete na embaixada venezuelana em Washington.

O presidente insistiu hoje que há um tenente-coronel americano que também está envolvido em espionagem e advertiu que se continuar nessa atividade será detido. O governante confirmou que hoje Jenny Figueredo chegará à Venezuela e anunciou que receberá uma homenagem.

– Ela, ao contrário de Correa, não violou nenhum artigo da Convenção de Viena. Sempre foi uma trabalhadora exemplar que, inclusive, participou muito ativamente no projeto para entregar petróleo venezuelano barato a comunidades pobres dos Estados Unidos. Isso demonstra que sua expulsão, que nós acatamos, foi uma mera represália de Washington – concluiu o presidente venezuelano.

AGÊNCIA EFE

 
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