| 08/04/2002 21h52min
O calendário quadrienal do futebol brasileiro e as ligas nacional e regionais receberam duro golpe nesta segunda-feira, 8 de abril, com a proposta aprovada por unanimidade na Assembléia Geral das federações estaduais, realizada em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Na reunião foi editada resolução de diretoria (RDI) que prevê mudanças no calendário nacional, com enfraquecimento das competições regionais e fortalecimento dos campeonatos estaduais e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que vai manter o controle sobre o Brasileirão (nas três divisões: A, B e C), Copa do Brasil e Copa dos Campeões.
Presidida por Eduardo Viana, da federação do Rio de Janeiro, a assembléia contou com a presença do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e demais dirigentes estaduais, como o da entidade paulista, Eduardo José Farah, e da pernambucana, Carlos Alberto de Oliveira.
– Não podemos inverter os valores, pois as ligas regionais estavam se tornando quase um governo paralelo. E a Liga Nacional não pode destituir a CBF e só existe para captar patrocínios e discutir soluções para os problemas financeiros – afirmou Oliveira.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, criador e principal articulador da Liga Nacional de Clubes, não quis se manifestar sobre a reunião. A assessoria de imprensa da entidade afirmou que Koff foi pego de surpresa pela decisão do encontro entre os presidentes de federação e a CBF e que não teve tempo de avaliar os acontecimentos e tomar uma posição.
Em Porto Alegre, o presidente da Liga Sul-Minas, Fernando Miranda, também preferiu não comentar o assunto. Porém, criticou a instabilidade da CBF quanto aos campeonatos e sua organização.
– O que nós estamos fazendo é cumprir o calendário quadrienal. E esse calendário não foi imposto por mim, mas pela CBF – disse Fernando Miranda, se referindo ao documento aprovado no dia 26 de junho de 2001, com a presença de Carlos Melles, então ministro de Esportes e Turismo, Ricardo Teixeira, Fábio Koff e Pelé.
O novo calendário, no entanto, ainda não foi definido. As duas propostas existentes, uma da Assembléia Geral e outra da Rede Globo (essa prevendo um Brasileirão ao molde europeu, com oito meses), vão ser discutidas com os clubes. As mudanças começam ser implantadas no ano que vem.
O ponto principal da assembléia foi garantir à CBF o controle do Campeonato Brasileiro deste ano, justamente o objetivo da recém-criada Liga Nacional. O presidente da federação catarinense, Delfim Pádua Peixoto Filho, defende que a CBF comande o Brasileirão.
– Nós estamos aprovando a criação da Liga, que é legal. Agora, o comando, em legislaçao nenhuma, diz que é da Liga. O comando é do orgão maior do futebol brasiliero, que é a CBF. Os clubes continuam responsáveis pela comercialização do campeonato. Mas arbitragem, Justiça Desportiva, departamento técnico e registro, isso tudo é com a CBF e as federações – afirmou o dirigente.
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