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 | 08/02/2006 17h05min

Serraglio diz haver provas contra Visanet e Banco Rural

Operadora de cartão e banco teriam financiado esquema de Valério

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios tem elementos suficientes para comprovar que a empresa Visanet e o Banco Rural eram financiadores do esquema de corrupção operado pelo empresário Marcos Valério de Souza. A afirmação é do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) que destacou, ainda, as investigações em andamento sobre o possível envolvimento de fundos de pensão no esquema.

No caso do Banco Rural, o relator disse que está evidente o tráfico de influência entre a instituição financeira e Marcos Valério. Perguntado sobre por que nenhum representante da Visanet foi convocado para prestar esclarecimentos à comissão sobre as antecipações de recursos de publicidade para agências de publicidade sem a necessária comprovação do trabalho executado, Serraglio foi taxativo.

– Quando se tem provas suficientes, convocar para quê?

A CPI apurou que recursos do Banco do Brasil utilizados na publicidade do cartão Ourocard, administrado pela Visanet, eram antecipados desde 2001 para três agências de publicidade. A partir de 2003, por uma determinação da diretoria do Banco, essas antecipações passaram a ser concentradas na DNA, de Marcos Valério de Souza. Os recursos antecipados somaram R$ 92,1 milhões.

Amanhã, a comissão reúne-se para votar alguns requerimentos. Segundo Serraglio, é praticamente consensual entre os parlamentares as convocações do ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, e do publicitário Duda Mendonça. O PFL e o PSDB decidiram pedir a convocação de Toledo para que seja esclarecida a autoria e origem de uma lista de políticos que teriam recebido recursos de caixa dois para campanhas eleitorais.

No caso de Duda Mendonça, os parlamentares querem que o publicitário dê informações sobre novas contas que tem no exterior, além da Dusseldorf. Em depoimento à CPI, Duda Mendonça disse que a Dusseldorf teria sido aberta em Bahamas a pedido do empresário Marcos Valério, para que pudesse receber cerca de R$ 10 milhões, em 2003, que seriam sobras de campanhas do PT feitas em 2002.

AGÊNCIA BRASIL

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