O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Richard Boucher, confirmou na tarde deste sábado, dia 13, em Jerusalém, o encontro entre o secretário de Estado, Colin Powell, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat. O encontro ocorrerá na manhã deste domingo, dia 14. Powell irá ao complexo da ANP na cidade de Ramallah, onde Arafat está confinado há duas semanas, cercados por tropas israelenses.

A informação foi confirmada horas depois de Arafat ter divulgado nota repudiando ataques terroristas contra civis, tanto palestinos como israelenses. Desde o atentado suicida que matou pelo menos seis pessoas nesta sexta, em um mercado em Jerusalém, a Casa Branca vinha pressionando o líder palestino para que se manifestasse contra os ataques. Israel rejeitou a condenação de Arafat, acusando-o de fazer jogo duplo. O conselheiro do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon,  Danny Ayalon, afirmou que o comentário não tem valor vindo de um homem que é o primeiro responsável pelo terrorismo, se referindo ao presidente da ANP.

O encontro entre Powell e Arafat, em princípio, estava marcado para ocorrer neste sábado, mas devido ao atentado foi adiado. O secretário de Estado dos EUA está na região em missão para pressionar pelo fim da ocupação israelense e das ações terroristas. Na sexta, o secretário norte-americano esteve com Sharon. Os dois líderes não conseguiram chegar a um acordo sobre o cronograma para a retirada do Exército das regiões palestinas ocupadas.

Neste sábado, segundo fontes palestinas, o exército israelense teria realizado incursões em seis povoados palestinos autônomos da região de Jenin, na Cisjordânia. Fontes médicas informaram que oito corpos de membros de uma mesma família foram encontrados entre as ruínas de uma casa no bairro histórico de Nablus, colocada abaixo por escavadoras do Exército israelense. A cidade está ocupada por tanques de Israel.

Ainda neste sábado, Powell disse que os Estados Unidos vão doar US$ 30 milhões extras à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados palestinos – que já recebe anualmente US$ 80 milhões do governo norte-americano.