| 16/02/2006 16h51min
Mushir Al-Masri, dirigente do Hamas, acusou Israel hoje de ameaçar o povo palestino porque o movimento islâmico, que ganhou as últimas eleições, terá maioria no Parlamento e formará o governo palestino.
Al-Masri formulou a acusação em reação a uma série de recomendações feitas nesta quinta por representantes dos organismos de segurança ao ministro da defesa israelense, Shaúl Mofaz, entre elas a que prevê a proibição a partir da próxima semana da entrada em Israel de 15 mil operários palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
O Hamas, que ganhou 74 das 132 cadeiras do Conselho Legislativo, não apenas controlará o Parlamento, cuja sessão inaugural será realizada neste sábado, mas também formará o próximo governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Al-Masri declarou aos jornalistas que Israel pretende destruir a decisão democrática do povo palestino, que no pleito legislativo do último dia 25 quebrou a hegemonia do movimento nacionalista Fatah e levou o grupo Hamas ao poder.
– Nossa sobrevivência não virá dos Estados Unidos, da Europa ou de Israel, mas sim de Deus – afirmou o dirigente islâmico.
O Governo israelense também acertará a transferência dos fundos que arrecada como agente de retenção de impostos da ANP, arquivará projetos conjuntos com o Governo palestino e impedirá a passagem de palestinos por seu território entre Gaza e Cisjordânia.
As recomendações serão debatidas amanhã pelo primeiro-ministro interino Ehud Olmert e seus colaboradores, na véspera do juramento dos legisladores do Hamas, que contarão com maioria na Câmara Legislativa, antes de formar o próximo governo.
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