| 19/02/2006 21h01min
Durante duas horas, o km 25 da RS-040, em Viamão, tornou-se uma praça de guerra, no final desta tarde. Manifestantes contra a cobrança de pedágio na cidade entraram em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOE) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas com tiros de balas de borracha jogadas pela BM. Quatro policiais teriam sido atingidos por pedras jogadas pelos manifestantes.
O protesto começou pacífico no km 26, na localidade de Águas Claras, por volta das 17h. Moradores do centro de Viamão, que tiveram o ônibus detido na RS-118 por não terem a lista de passageiros, chegaram a tempo de participar da manifestação depois de conseguirem um outro veículo. A intenção dos cerca de 200 manifestantes era seguir a pé pela margem da rodovia em direção à praça da Univias, no km 19, com o acompanhamento da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Porém, um quilômetro depois, o grupo foi recebido por mais de 50 policiais. Balas de borracha e gás lacrimogêneo foram jogados pela BM. Manifestantes correram para dentro de um loteamento particular e alguns jogaram pedras e troncos de árvores contra os policiais.
O presidente de PSol de Canoas, Edson Luis Ferreira Lima, 37 anos, que participava do protesto, foi atingido por quatro tiros de bala de borracha (braço, pescoço, peito e nádegas). Com dificuldades para respirar e dores pelo corpo, Edson permaneceu deitado no chão até a chegada da Samu, uma hora depois. Antes, os manifestantes haviam negado a entrada de uma ambulância da Univias para resgatar o ferido. A alegação é de que Edson poderia ser preso ao sair do loteamento. O manifestante foi internado no Hospital de Viamão, em estado regular.
O sub-comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar, tenente-coronel Heitor Sá de Carvalho Junior, justificou a ação dizendo que seguiu orientações da Justiça. Em 31 de janeiro, o desembargador Irineu Mariani havia decretado a proibição de aglomerações e manifestações no posto de pedágio e nas imediações, liberando a BM para agir com rigor.
Este foi oitavo final de semana seguido de protestos em Viamão. Durante a semana, a comunidade rejeitou uma proposta da Univias que anunciou um programa de bonificação para usuários freqüentes. Quem pagasse pedágio 12 dias (ida e volta) ficaria isento de pagar os outros 18 dias do mês. Prefeitura e moradores alegam que aceitam apenas um acordo definitivo: isenção total para todos moradores de Viamão ou troca do posto de pedágio para a cidade de Capivari do Sul.
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