| 19/02/2006 21h54min
O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e vice-governador de Minas, Clésio de Andrade (PL), está na mira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios. A comissão descobriu que uma das empresas dele depositou R$ 200 mil na conta da CEP Comunicação e Estratégia Política, empresa de Duda Mendonça. O publicitário foi marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As duas pontas da transação apresentam versões conflitantes para justificar as operações. Os técnicos da CPI rastrearam até agora duas transferências. Ambas partiram da Pampulha Transportes Ltda, empresa de Clésio que opera linhas de ônibus em Belo Horizonte, cujo prefeito é Fernando Pimentel, do PT. Por meio da mesma CEP, Duda produziu a campanha à reeleição de Pimentel em 2004.
Os dois depósitos, ambos no valor de R$ 100 mil, foram feitos em 2003, quando a CEP também detinha contrato com o diretório nacional do PT. Os extratos bancários em poder da CPI mostram que o primeiro deles aconteceu em 28 de julho, por meio de uma transferência eletrônica direta. O segundo depósito, pelo mesmo sistema, foi feito exatos três meses depois, no dia 28 de outubro.
O advogado do marqueteiro, Tales Castelo Branco, afirmou que os depósitos referiam-se a uma "pesquisa de diagnóstico" de "natureza política" prestada pela empresa de Duda ao vice-governador, mas não deu mais detalhes sobre o contrato.O presidente da CNT confirmou ter pago por uma "pesquisa".
"A empresa Pampulha Transportes pagou à CEP a importância de R$ 200 mil por serviços prestados de pesquisa e levantamento de informações de mercado. Esclareço ainda que tais serviços se deram em função do interesse da Pampulha Transportes em ingressar no setor de turismo".
Clésio já é investigado pela CPI no caso do financiamento de caixa 2 do empresário Marcos Valério de Souza ao PSDB mineiro nas eleições de 1998.
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