| 21/02/2006 15h38min
Os países terão a responsabilidade de pôr e manter em quarentena todas as pessoas que estiverem nas áreas próximas a locais atingidos por uma eventual pandemia de gripe aviária entre humanos, segundo uma série de normas publicadas hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A distribuição dos remédios e a vigilância de seus efeitos nas áreas em quarentena também estarão a cargo das autoridades nacionais, que deverão fornecer os fármacos para o tratamento das pessoas infectadas, assim como para a profilaxia dos que não foram contagiados.
O documento, que foi transmitido a todos os países, detalha a estratégia de prevenção e reação da OMS, que alerta que quando "um novo vírus da gripe começar a ser transmitido entre as pessoas de maneira sustentável" e se estender em nível local e regional "a propagação mundial do vírus será considerada inevitável".
– Um novo vírus de gripe humana pode começar como um vírus unicamente aviário, mas que se adapta aos humanos, mediante uma mutação gradual, ou se transforma em um híbrido que contém uma combinação de genes derivados de ambos – explicou a agência de saúde da ONU.
Nas últimas semanas a gripe aviária se espalhou entre aves do Egito e da Nigéria, na África, e foram detectados casos ainda isolados na Áustria, Alemanha, França e na Eslováquia, o que aumenta os temores da OMS de uma possível mutação do vírus que lhe permita passar para os humanos.
– Enquanto o vírus está circulando pode passar para as pessoas, o que significa que é preciso manter a vigilância – disse hoje o porta-voz da organização, Dick Thompson.
Por enquanto a variante H5N1 da gripe aviária se transformou na mais letal para as aves e os seres humanos, entre os quais causou 170 casos, dos quais cerca de 90 foram mortais, todos eles no continente asiático. Isso indica uma taxa de mortalidade muito elevada, que supera os 50%.
Em seu documento a OMS estabelece também que os governos têm a responsabilidade primordial de informar rapidamente sobre qualquer sinal que indique casos humanos de gripe aviária, assim como de mobilizar todo o pessoal necessário e fornecer qualquer outro tipo de ajuda.
A organização internacional estará a cargo "de mobilizar e coordenar toda a ajuda internacional e regional para o país afetado, incluindo pessoal, reservas de antivirais e outros recursos, como os equipamentos de proteção" para o pessoal médico.
Sobre o uso das reservas de antivirais criadas em nível nacional, regional e mundial, a OMS indicou que as que estão sob a administração das autoridades nacionais deverão ser utilizadas em primeiro lugar para "conter" a epidemia. As reservas regionais serão utilizadas com fins de contenção e para reforçar as capacidades nacionais dos países que necessitarem.
Em sua reserva mundial a OMS conta com 1,5 milhão de tratamentos, uma quantidade que espera aumentar para 3 milhões em maio. Dois milhões de doses adicionais – os fabricantes anunciaram que aumentarão a suas próprias reservas – seriam utilizadas "de maneira flexível", segundo o guia de normas da OMS.
Por razões de "segurança e flexibilidade logística", a metade destes remédios, principalmente o Tamiflu, está armazenada na Suíça e o resto nos Estados Unidos.
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