| 23/02/2006 18h26min
Os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente montaram um esquema de monitoramento das aves que migram para o Brasil. Veterinários analisam os pássaros e fazem a coleta de material orgânico deixado por elas no território brasileiro. De acordo com o coordenador de Sanidade Aviária do Ministério da Agricultura, Marcelo Mota, a vigilância pode evitar a entrada no país do vírus H5N1, que transmite a gripe aviária.
Mota contou que já ocorreu o período mais intenso de migração de aves por causa do inverno no hemisfério norte e verão no hemisfério sul. Agora o país estaria submetido a outro tipo de período de migração, no qual as aves retornam ao hemisfério norte.
Por isso foi reforçada a vigilância na coleta biológica em aves migratórias nos sítios de invernada, que são os locais onde elas têm preferência de paradas dentro do território nacional. Equipes de veterinários dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente têm se deslocado até essas áreas constantemente para fazer coleta de amostras.
– O material é enviado ao Laboratório Nacional Agropecuário em Campinas e, até o momento, não foi verificada a presença do vírus H5N1, vírus de gripe aviária de grande patogenicidade – explicou Marcelo Mota.
Segundo ele, por precaução o governo resolveu adotar também o controle em portos e aeroportos de todo o território, incluindo a verificação por meio de detectores de material biológico, que pode ser transmissor da gripe.
Todos os passageiros que vêm de destinos já afetados pela doença – principalmente da Ásia – têm a bagagem inspecionada. Além disso, os médicos veterinários das secretarias estaduais de agricultura mantêm um sistema de vigilância no atendimento de casos suspeitos de doenças em aves.
– Toda suspeita e mortalidade excessiva em aves é comunicada às secretarias, o veterinário faz a coleta da amostra, que é encaminhada ao Laboratório de Campinas, o único adequado a fazer o isolamento e identificação do vírus da gripe aviária – esclareceu o coordenador.
Mota acrescentou que a doença é um assunto de preocupação mundial e durante uma reunião no início deste mês, em Buenos Aires, na Argentina, foi discutida a estratégia do continente americano para enfrentar uma pandemia de influenza.
– Todos os outros países estão montando esquemas em diversos graus de prevenção da doença. O Brasil tem se colocado à disposição para treinamento de alguns desses países nas áreas de diagnóstico e de epidemiologia para que eles também estejam prontos a detectar precocemente a infecção – concluiu.
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