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O dólar voltou a disparar nessa quinta-feira, dia 18, em Buenos Aires, fechando a 2,90 pesos nos bancos, com alta de 7% no dia. O governo teve de desmentir os boatos de que seria decretado hoje novo feriado bancário. Os transportadores de carga – que reclamam dos altos preços do diesel e sa escassez de combustível – iniciaram paralisação nacional que cria o risco de desabastecimento de alimentos no país.
Na quarta-feira à noite, dia 17, o BC restringiu as operações de financiamento das exportações e cortou à metade o limite para a compra de dólares. Para pessoas físicas, caiu de US$ 1 mil para US$ 500, e para as empresas, de US$ 10 mil para US$ 5 mil. Estão suspensas operações de câmbio para o financiamento das exportações. O BC está forçando os bancos a negociarem dólar no sistema eletrônico, enquanto a maioria dos negócios são fechados por telefone.
No final do mercado, o dólar terminou a 2,90 pesos nos bancos. Durante a tarde, chegou a ser vendido a 3,20 pesos nas casas de câmbio. Novos rumores no mercado financeiro, desmentidos pelo Banco Central (BC), previam feriado bancário a partir de hoje, até o Congresso votar a lei que instituiria o chamado Plano Bonex. O projeto prevê a devolução dos depósitos dos correntistas em bônus, e não mais em dólares ou em pesos.
O objetivo do plano – reedição de um similar lançado na Argentina em 1989 – é evitar a quebra dos bancos. Os banqueiros reclamam não ter mais dinheiro para atender às liminares concedidas pela Justiça a correntistas com dinheiro preso pelo corralito, congelamento parcial dos depósitos decretado pelo ex-ministro da Economia Domingo Cavallo.
Nesta sexta, dia 19, o ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, que viajou ontem à noite para Washington, deve apresentar o projeto do Plano Bonex ao secretário do Tesouro americano, Paul O’Neill, e a dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio do plano fez o índice Merval, da bolsa de valores, subir 8,62%, com os depreciados papéis de bancos – principais beneficiados pelo novo plano – em forte alta.
Os transportadores de carga iniciaram ontem paralisação em protesto pelo aumento do preço do diesel, e podem causar o desabastecimento de alimentos no país. Segundo a Confederação Argentina de Autotransporte de Cargas (Catac), a greve teve adesão de 90% na maioria das províncias do país. O movimento é conseqüência do impasse nas negociações entre governo e empresas petrolíferas privadas para a redução no preço do diesel, que desde janeiro aumentou cerca de 45%.
Além disso, as empresas exportam boa parte da produção para obter lucros em dólares, o que tornou o combustível escasso. Duhalde pediu ontem a colaboração da Igreja Católica para enfrentar o clima de protestos sociais. Em Jujuy, um supermercado foi saqueado e a polícia interveio com balas de borracha. Um protesto de desempregados e funcionários públicos foi reprimido, após os manifestantes quebrarem vidraças do prédio da sede do governo. Em San Juan, funcionários públicos invadiram a Assembléia de Chubut para protestar contra salários atrasados.
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