| 01/03/2006 12h46min
O Tribunal Especial iraquiano retomou hoje a vista do julgamento contra o ex-presidente do Iraque Saddam Hussein e sete altos membros do antigo regime. Eles são acusados de envolvimento no assassinato de 148 pessoas em 1982.
Saddam reconheceu que ordenou o julgamento dos 148 xiitas, mortos depois, mas assegurou que se tratava de uma medida legal porque o grupo era acusado de participar de um atentando contra o ex-ditador.
– Onde está o crime? Denunciar o acusado que abriu fogo contra um chefe de estado, qualquer que fosse seu nome, é um crime?
As declarações de Saddam, em tom dramático, ocorreram um dia depois de a acusação apresentar um decreto presidencial supostamente assinado pelo ex-ditador em que este aprovava a pena de morte para os 148 xiitas. Esta seria a prova mais concreta apresentada contra Saddam em quatro meses de julgamento. Ele não reconheceu em juízo que havia assinado a aprovação.
Segundo fontes judiciais, a nova sessão do processo começou com um atraso de mais de uma hora, na presença de todos os acusados, incluindo o ex-ditador, e de alguns de seus advogados. A acusação deverá apresentar ao tribunal novos documentos que, segundo asseguram, provam o envolvimento dos oito acusados no massacre de 148 xiitas. O atentado contra Saddam em 8 de julho de 1982 ocorreu na aldeia Al Duyail, ao norte de Bagdá.
Dois advogados da defesa de Saddam e de seus ex-assessores se retiraram da sessão de terça-feira em protesto pela rejeição do presidente da corte, o juiz curdo Rauf Abderrahman, de um pedido para adiar a vista do julgamento.
O processo contra os oito acusados começou em 19 de outubro, e desde então foram realizadas 14 sessões do julgamento.
Além da execução dos xiitas, Saddam e sete membros do antigo regime são julgados ainda por detenção, tortura e confisco de terras.
Agora, o jugalmento deverá ser retomado em 12 de março.
AGÊNCIAS AP E EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.