| 22/04/2002 19h58min
Os presidentes dos quatro principais clubes cariocas decidiram nesta segunda-feira, 22 de abril, boicotar o Brasileirão de 2002 caso não seja organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi tomada durante reunião realizada pela manhã na sede da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). Fluminense, Flamengo e Botafogo se uniram ao Vasco na oposição à Liga Nacional de Clubes e ao Clube dos 13.
No encontro, estiveram presentes Edmundo Santos Silva (Flamengo), Eurico Miranda (Vasco) (na foto, ao centro), Mauro Ney Palmeiro (Botafogo) e David Fischel (Fluminense), além do presidente da Ferj, Eduardo Vianna. Foi anunciado também que Flu e Botafogo irão solicitar seus desligamentos do Clube dos 13 – Vasco e Fla já haviam se desfiliado da entidade.
Os clubes também procuram uma emissora de televisão para transmitir o restante Campeonato Carioca. A Rede Globo notificou as quatro agremiações no início de março da rescisão do contrato de televisionamento dos jogos. Com isso, a fonte de receita que lhes daria até R$ 50 milhões secou. Os dirigentes alegam que a medida foi tomada de forma unilateral. A final da Taça Guanabara, que corresponde ao primeiro turno do Estadual, deve se realizar em Campos (RJ) no próximo domingo. A decisão entre Vasco e Americano já deveria ter sido disputada, mas o clube de São Januário se negou a jogar. Com isso, o segundo turno (Copa Rio) começou antes de se conhecer o campeão do primeiro.
Os participantes da reunião se eximiram de culpa pela gravíssima crise financeira e técnica pela qual passa o futebol carioca atualmente. Eles jogaram a responsabilidade para os senadores que investigaram e denunciaram as irregularidades cometidas nas agremiações. Também afirmaram que os esportes olímpicos só vão continuar mediante patrocínio.
Os efeitos da falta de dinheiro estouraram primeiro no Fluminense. Nesta segunda-feira, toda a comissão técnica do tricolor carioca foi dispensada, incluindo o treinador Oswaldo de Oliveira. No rubro-negro, Lula Pereira asssumiu o comando do time e deve receber não mais que R$ 40 mil, aproximadamente o teto salarial estabelecido pela direção.
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