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O gaúcho e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Mário Lill, deve deixar Israel ainda nesta terça-feira, 23 de abril, e embarcar de volta ao Brasil. A previsão é do cônsul brasileiro, Roberto Coutinho. Lill, que estava confinado no quartel-general do líder palestino Yasser Arafat, na Cisjordânia, deixou o prédio nesta segunda, dia 22, voluntariamente e foi preso pelo exército de Israel por volta da 11h (6h em Brasília). Segundo um funcionário da embaixada do Brasil em Tel-Aviv, que vinha conversando com Lill freqüentemente, o agricultor deve ser submetido a um processo judicial no país por violar regras de imigração e ser expulso.
O militante gaúcho chegou em Ramallah no dia 29 de março, integrando um grupo de ativistas da organização internacional Via Campesina, que entrou no QG de Arafat para manifestar solidariedade ao líder palestino. Arafat está confinado no prédio e cercado por forças israelenses.
Segundo a embaixada brasileira em Tel-Aviv, o governo israelense garantiu que o agricultor será tratado com "cordialidade". Lill deixou o quartel-general da Autoridade Nacional Palestina (ANP) junto com outros nove ativistas (oito franceses e um britânico). O grupo estava servindo de escudo humano para Arafat. Na semana passada, o gaúcho já havia manifestado vontade de sair voluntariamente do prédio por considerar que sua missão havia sido cumprida.
Segundo integrantes do MST, o grupo que acompanhou Lill decidiu deixar o prédio depois da chegada, domingo, de 12 ativistas dos EUA, Bélgica e Austrália. Os outros militantes aproveitaram-se de uma distração dos soldados israelenses para entrar no prédio. Ao todo, 21 militantes permaneciam nesta segunda com Arafat em seu QG.
O porta-voz da polícia, comandante Gil Kleiman, revelou que o grupo foi dividido: sete homens estão presos na delegacia de polícia da colônia de Ariel, no norte da Cisjordânia, e três mulheres foram levadas para a delegacia da colônia de Maale Edumin, no leste de Jerusalém.
As forças israelenses retiraram-se da cidade de Jenin, Nablus e de partes de Ramallah. A ofensiva israelense começou no dia 29 de março depois de uma série de atentados com homens-bombas palestinos. O cerco, no entanto, ainda continua em parte de Ramallah, e em Belém, em torno da Igreja da Natividade.
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