Um jogo amistoso contra o também catarinense Márcio Carlsson marcou a despedida de Gustavo Kuerten do Brasil rumo a seis semanas de torneios na Europa e também o retorno do tricampeão de Roland Garros às quadras depois de mais de 60 dias longe do circuito mundial. A partida ocorreu na academia Gemitt, em Florianópolis (SC), no final da tarde desta terça-feira, 23 de abril, e foi aberta à imprensa local. O número 3 do mundo mostrou-se solto em quadra e totalmente recuperado da artroscopia realizada no quadril direito para a cura de uma lesão crônica.

– Estou um pouco ansioso, contando os dias para jogar – revelou Guga. – Nem adianta perguntar como eu vou jogar, porque não sei. Não vai ser o meu melhor tênis no primeiro jogo, mas quem sabe ganhe algumas partidas em Mallorca para chegar com tudo em Roma.

Guga e o técnico Larri Passos embarcam nesta quarta rumo ao Torneio de Mallorca (piso de saibro, premiação de US$ 400 mil), na Espanha, com o objetivo de fazer a adaptação ao ritmo puxado do circuito mundial. O catarinense já ergueu o troféu espanhol em 1998, quando derrotou na final o ex-número 1 do mundo Carlos Moya. Para pegar mais ritmo, Guga deve também jogar duplas, ao lado do mineiro André Sá.

A competição espanhola tem início na próxima segunda-feira, dia 29, mas Guga afirma que já poderia ter voltado no Torneio de Barcelona, que está sendo disputado esta semana. Entretanto, preferiu ser cauteloso:

– Esse torneio em Mallorca é ideal pra voltar, lá eu me sinto melhor. Poderia ter voltado em Barcelona, mas achei prematuro.

Depois de Mallorca, Guga segue para os Masters Series de Roma – do qual foi vice-campeão em 2001 e campeão em 2000 – e de Hamburgo – cujo título conquistou em 2000. Em seguida, é a vez de Roland Garros, o segundo Grand Slam do ano, que o catarinense já ganhou três vezes (1997, 2000 e 2001). O sonho de erguer a taça pela quarta vez em Paris está na cabeça de Guga, mas ele sabe que o caminho para o tetra não é nada fácil.

– Roland Garros não é meu objetivo imediato. Agora o que quero é encontrar minha melhor forma – afirmou. – Mesmo tendo uma retrospectiva boa em todos esses torneios, não posso me cobrar muito, mas até Roland Garros dá para pegar ritmo.