| 07/03/2006 01h49min
O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, vai utilizar o episódio do envolvimento do motorista do senador Romero Jucá (PMDB-RR), Roberto Jefferson Marques, que seria o verdadeiro Roberto Marques responsável pelo saque de R$ 50 mil no Banco Rural, para tentar reaver seu mandato, cassado no fim do ano passado.
Entre os argumentos que levaram à sua cassação, havia a suspeita de que o Roberto Marques que sacou R$ 50 mil no Banco Rural em 2004 era seu ex-assessor e amigo Bob Marques, que trabalha como assessor na bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo. Dirceu já conversou com seu advogado e disse que o caso do motorista de Jucá agora será usado para reforçar o mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de retomar seu mandato de deputado federal e reaver seus direitos políticos cassados por oito anos.
– Desde o começo eu sabia que o Roberto Marques não era o Bob, meu amigo. O Bob ofereceu todos os documentos e não constava no Banco Rural o seu CPF, seu RG, assinatura, nada, que comprovasse que o Roberto Marques que sacou os R$ 50 mil era o Bob. Não havia nenhuma prova na CPI ou na Polícia Federal contra o Bob e mesmo assim o deputado Julio Delgado e o Osmar Serraglio (relator da CPI dos Correios) se basearam nesse saque para justificar o meu envolvimento com o valerioduto – disse José Dirceu.
José Dirceu disse esperar agora que o motorista de Jucá, e o próprio senador, sejam chamados a depor na CPI, no Ministério Público e na Polícia Federal, para que se esclareça o episódio.
– Espero que investiguem tudo agora. Da outra vez, ninguém quis investigar a história – disse Dirceu.
O ex-deputado disse que conversou sobre o assunto no domingo mesmo com seu advogado José Luiz Oliveira Lima e que nos próximos dias deve ingressar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para reaver seus direitos políticos.
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