Ao chegar ao Conselho de Ética para a sessão em que lerá o relatório contra o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o relator César Schirmer (PMDB-RS) disse que, em tese, a conduta do ex-presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar, mas não confirmou se pediria a cassação do petista, afirmando que será preciso aguardar o anúncio de seu voto.

– Se eu disser que há motivos para cassação, estaria antecipando meu voto, mas em tese, sim, afronta o decoro parlamentar. Os fatos são verdadeiros – disse o relator, que deve propor a cassação.

O relator lembrou que foi confirmado o saque de R$ 50 mil na conta da SPM&B no Banco Rural, que a mesma empresa fez um contrato com a Câmara na gestão de João Paulo e que foram apresentadas notas seqüenciais pelo serviço. Schirmer disse ainda esperar que o julgamento seja concluído nesta terça-feira porque esta é uma das "coisas mais penosas" de toda sua vida pública.

– Eu li na imprensa que ele (João Paulo) tem desejo de celeridade. Se depender de mim, também – disse o relator.

AGÊNCIA O GLOBO