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 | 08/03/2006 18h13min

Trabalhadoras rurais ainda vivem desigualdades

Documento foi apresentando em conferência internacional

Mesmo com as conquistas das últimas décadas, as trabalhadoras rurais ainda vivem desigualdades sociais e políticas, afirma o documento final do seminário internacional Políticas para as Mulheres na Reforma Agrária e no Desenvolvimento Rural, divulgado no início desta semana.

O encontro se realizou paralelamente à 2ª Conferência Internacional de Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária, que vai até a próxima sexta, dia 10, na capital gaúcha. Participaram do encontro representantes de movimentos sociais e dos governos de países da Ásia, África, América Latina e Caribe. O documento final será encaminhado à Conferência.

Na avaliação da ativista Ely Querubina, do Movimento das Quebradeiras de Côco, o seminário "deu mais força e conhecimento que serão levados para as companheiras que ficam no campo e acham que não têm reconhecimento".

Ely ressaltou que por causa dessas mulheres as quebradeiras de côco hoje têm reconhecimento.
– Eu pude ver que as companheiras da África, da Índia, do Peru estão um pouco mais fora da questão do reconhecimento pela sociedade que elas vivem – avaliou.

No encontro foram elaboradas propostas de políticas e programas comprometidos com a igualdade entre homens e mulheres, que garantam a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar.

As participantes do seminário também se comprometeram a apoiar a implementação da Plataforma de Ação da Conferência, para alcançar uma nova visão de reforma agrária e desenvolvimento rural, que prevê a remoção de obstáculos legais, políticos e administrativos para promover o acesso das mulheres a recursos econômicos.

Para a representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Andrea Butto, "o Brasil tem vários desafios pela frente, como intensificar as políticas públicas para o cidadão beneficiário e avançar em uma agenda de integração para além do Mercosul e do esforço de intercâmbio com países africanos". Ela lembrou que existem estudos de casos parciais sobre países com políticas públicas para mulheres, mas que não podem ser considerados concretos.

– Somos referência política internacional na questão da reforma agrária, seja para efeito de execução dos programas de uma forma mais ampla ou de políticas de apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento rural, de uma forma mais geral – destacou.

AGÊNCIA BRASIL
 
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