| 08/03/2006 22h56min
Assim como o parlamentar Roberto Brant (PFL-MG), o deputado Professor Luizinho (PT-SP) escapou de ter o mandato cassado pelo plenário da Câmara. Os deputados rejeitaram o relatório do Conselho de Ética que recomendava a cassação. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, anunciou que foram 253 votos contra a cassação do petista, 183 a favor, 10 pela absolvição e três em branco.
Luizinho é acusado de ter recebido R$ 20 mil das contas do empresário Marcos Valério. O dinheiro foi sacado por um ex-assessor do gabinete do parlamentar. O deputado diz que desconhecia a operação. O dinheiro seria usado para financiar campanhas de três pré-candidatos a vereador pelo PT no ABC paulista.
Em sua defesa, Professor Luizinho mostrou manchetes de jornais nas quais o relator da representação, deputado Pedro Canedo (PP-GO), declarava que o inocentaria. O Conselho de Ética aprovou, entretanto, relatório de Canedo que recomendava a cassação.
– Em nenhum momento eu menti para essa Casa – afirmou Luizinho.
O dia de sorte dos dois parlamentares parece ser resultado de um acordo. Integrantes do Conselho de Ética da Câmara já previram ainda em 2005 que apenas os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP) seriam punidos com a cassação. A reação do PT após o anúncio da permanência de Brant na Câmara denunciou um possível acerto. Conforme Júlio Delgado (PSB-MG), o partido não disfarçou e comemorou o resultado que beneficiava o integrante do PFL.
Com as votações desta quarta, já são quatro os deputados acusados de envolvimento no mensalão que conseguiram ser absolvidos pelo plenário da Câmara. Os deputados Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG) foram os dois primeiros a escapar. A Câmara ainda vai decidir o futuro de outros 11 parlamentares.
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), já marcou para a próxima quarta a votação dos processos contra os deputados Pedro Henry (PP-MT) e Pedro Corrêa (PP-PE).
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