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Lavagna assume neste sábado e prepara plano econômico

Novo pacote deve incluir taxa de câmbio fixa ou num sistema de bandas

O embaixador argentino na União Européia (UE), Roberto Lavagna, assume neste sábado o Ministério da Economia da Argentina, em substituição a Jorge Remes Lenicov, que renunciou terça-feira. Após a cerimônia de posse, o ministro se reúne com o presidente Duhalde e sua equipe para definir um novo plano econômico a ser anunciado até segunda-feira, baseado numa taxa de câmbio fixa ou num sistema de bandas.

Segundo o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, Lavagna procurará "a melhor forma" de ancorar o peso, "para gerar certeza de determinar o valor do dólar como referência para a formação de preços". A cotação do dólar nesse novo câmbio, ainda não definida, pode ficar entre 2,50 e 3,50 pesos. Essa fórmula teria duração de no máximo seis meses, face à resistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) a ela.

Desde que o governo abandonou a cotação fixa de um peso por US$ 1, a moeda argentina se desvalorizou quase 70%. No primeiro trimestre, a inflação chegou a 9,7%. Os preços dos produtos de grande consumo subiram bem mais. Fernández disse que o plano de Lavagna se baseará, em linhas gerais, nos 14 pontos que Duhalde acertou quarta-feira com os governadores provinciais, que prevê o respeito aos acordos internacionais, maior disciplina fiscal, a estabilização financeira e a normalização da economia.

Recente trabalho da consultoria Ecolatina, fundada por Lavagna, afirma ser imprescindível a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ressalta ser necessário "ao menos na primeira etapa, um esquema de bandas cambiais com fortes intervenções do Banco Central para garantir que o peso se aproxime mais da realidade argentina que a livre flutuação do peso". Tanto para o câmbio fixo como para o sistema de bandas é preciso fixar um valor (ou limites máximo e mínimo, dentro da banda) para o dólar. E o Banco Central precisa intervir para manter o dólar no valor ou na faixa pré-determinados, usando as já escassas reservas do país.

Além das mudanças no câmbio, fala-se em aumento do controle cambial, com restrições a remessas ao Exterior, e em novo aumento no Imposto de Exportação. Também poderia haver limitações ao saque em dinheiro das contas- salário. Parte só poderia ser sacada em cheques ou cartões de débito. Com o anúncio de mudanças no câmbio, cresceram rumores de que o feriado cambial e bancário parcial poderia se estender até quinta-feira, considerando o feriado de quarta-feira (Dia do Trabalho).

 
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