| 17/03/2006 12h35min
Preocupado com os efeitos da gripe aviária nos preços das carnes de aves e suínos devido à queda nas exportações, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento negociou com o Banco do Brasil a criação de uma linha de crédito no montante de R$ 300 milhões para estocagem de milho, a juros de 8,75%, por meio de Empréstimos do Governo Federal (EGF).
– Trata-se de um mecanismo que permitirá, indiretamente, a estocagem de aproximadamente 300 mil toneladas de carnes de aves e suínos, pois o milho dado como garantia do financiamento poderá ser substituído, numa segunda etapa, por carne estocada – explicou o secretário de Política Agrícola do ministério, Ivan Wedekin.
Serão beneficiários produtores, cooperativas e indústrias de carnes.
– A medida tem efeito duplo, pois beneficia os produtores de milho e melhora as condições dos produtores de aves e suínos. Se houver demanda, o volume de recursos pode chegar a R$ 500 milhões – acrescentou o secretário.
Ele explicou que as carnes de aves e de suínos não são amparadas pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), e que, por isso, governo optou pelo lançamento de EGF indireto, de forma a sustentar os preços.
Wedekin informou ainda que os bancos já iniciaram as operações de EGF para arroz nos Estados que iniciaram a colheita do produto. Em fevereiro o governo anunciou R$ 300 milhões de crédito para estocagem. Também para apoiar a comercialização de arroz, o governo tem como meta ofertar 300 mil toneladas do produto para todo o Brasil por meio de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP).
Esta semana, no primeiro leilão de PEP, foram vendidas 10 mil toneladas em Santa Catarina e 32.650 toneladas no Rio Grande do Sul. Na próxima semana, dia 23, o Ministério da Agricultura ofertará mais 50 mil toneladas para o RS e 10 mil para SC. Outras 300 mil toneladas de arroz terão a comercialização apoiada por meio de opções privadas. O primeiro leilão de Prêmio de Risco de Opção Privada (PROP) também será realizado no dia 23, com oferta de 10 mil toneladas para o Mato Grosso.
O ministério pretende ainda fazer compra direta de 250 mil toneladas de arroz do produtor, por meio de Aquisições do Governo Federal (AGF).
– Esta medida deverá ser implementada após aprovação do Orçamento Geral da União pelo Congresso Nacional – explicou Ivan Wedekin.
Os gastos para as operações de AGF de arroz o são estimados em R$ 110 milhões. O secretário informou ainda que para complementar o apoio à comercialização de trigo, o Ministério da Agricultura ofertará, por meio de PEP, mais 220 mil toneladas do produto colhido no ano passado. Ontem o ministério realizou leilão de trigo destinado para as regiões Norte e Nordeste. Foram vendidas 100 mil toneladas do Paraná e RS (50 mil cada).
Um novo leilão está marcado para a próxima semana, com oferta de 110 mil toneladas para o RS, 10 mil toneladas para SC e 50 mil para o PR. No ano passado, o governo apoiou a comercialização de 1,83 milhão de toneladas de trigo da safra 2005. Além do PEP de 220 mil toneladas, o Ministério da Agricultura está negociando com o setor a realização de leilões de PROP para mais 200 mil toneladas de trigo.
Preocupado com a perspectiva de uma safra recorde de milho e uma eventual queda no preço do produto, o governo está preparando um pacote de sustentação de preços de mercado.
– A queda no preço preocupa e estamos mandando um recado para o mercado de que o governo vai apoiar a comercialização maciçamente – finalizou Wedekin.
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