O governo argentino vai manter o câmbio livre e não irá impor controles de preços para frear a inflação, que em abril chegou a 10%. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, dia 3, pelo ministro da Economia, Roberto Lavagna. O ministro disse estar trabalhando para recuperar a confiança na moeda nacional e o sistema financeiro. Este setor, segundo Lavagna deve ser preservado para que se possa pensar em plano econômico de longo prazo.

Lavagna garantiu ainda que o governo estuda libera o corralito – bloqueio dos depósitos bancários – mediante a entrega de bônus em troca do dinheiro, com a carteira dos bancos como garantia. A medida seria semelhante ao plano apresentado pelo antecessor, Lenicov, com a diferença de que agora não se colocaria somente o Estado como avalista da operação. Segundo Lavagna, o planor estará pronto dentro de alguns dias e será adotado por decreto de necessidade de urgência. Desse modo, o governo assume todos os custos políticos.

Sobre a relação da Argentina com o Fundo Monetário Internacional, Lavagna afirmou que não aceitará tudo o que o órgão exigir para fechar um futuro empréstimo. O acordo só deve ser acertado no final de maio ou em junho. Nos próximos 30 dias, a Argentina deve solicitar um "crédito ponte" (desembolso rápido) a países e organismos multilaterais – entre eles o próprio FMI – para que o paíse salde uma dívida de US$ 800 milhões com o Banco Mundial.