| 27/03/2006 19h56min
De homem forte do governo a suspeito de envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Se pudesse se resumir em uma frase a participação de Antonio Palocci no ministério da Fazenda, a comparação acima certamente seria lembrada. A pressão, que também reflete as denúncias de irregularidades em Ribeirão Preto, ajudou a derrubá-lo.
O trabalho sempre foi reconhecido. No começo, sofreu críticas dentro do próprio PT. Palocci deixou de lado as disputas políticas e centrou o trabalho no combate à inflação, nas metas de superávit e no desenvolvimento da economia. Balançou quando teve um enfrentamento com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os dois divergiam sobre as metas de superávit, que é o valor que o governo gasta a menos do que arrecada.
A economia apresentava bons números e o ministro continuou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos grandes momentos foi quando o Brasil conseguiu quitar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, a inflação se manteve em taxas aceitáveis e a oposição elogiava o trabalho realizado.
O problema era o passado. As suspeitas de irregularidades em Ribeirão Preto ajudaram a balançar o ministro. O ex-assessor Rogério Buratti denunciou o pagamento de propina à prefeitura. Palocci ficou na linha de tiro pois foi desmentido pelo caseiro na CPI dos Bingos. Francenildo disse ter visto Palocci em uma casa alugada por seus ex-assessores. O ministro sempre acalmou o mercado ao negar as irregularidades.
Antes de assumir a pasta, entretanto, Palocci teve uma grande atuação política na cidade. Ele nasceu em 4 de outubro de 1960 e formou-se médico pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Antes de ser político, trabalhou por cinco anos como servidor da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O primeiro mandato começou em 1989. Com cerca de 3,5 mil votos, assumiu uma cadeira na Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto. Dois anos depois, arriscou um vôo maior. Foi eleito deputado estadual com aproximadamente 25 mil votos.
Em 1993, voltou a Ribeirão e chegou à prefeitura: somou 112.359 votos. O trabalho teve reconhecimento. Em 1996, recebeu o Prêmio Juscelino Kubitscheck do Sebrae-SP por apoiar as micros e pequenas empresas.
Depois de cumprir o mandato, assumiu uma vaga na Câmara dos Deputados em 1998. Lá, atuou como 2º vice-presidente da Comissão de Reforma Tributária, foi titular da Comissão de Seguridade Social e Família e ainda suplente das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
Palocci foi eleito novamente prefeito em 2000, quando totalizou 146.112 votos. Dois anos mais tarde, recebeu o Prêmio Mário Covas pelas ações inovadoras em favor das pequenas empresas. O trabalho em favor da infância foi reconhecido pelo Unicef, que o condecorou com o Prêmio Criança e Paz.
Com bom trânsito no PT (foi presidente do diretório paulista em 1997 e 1998), Palocci atuou na coordenação da campanha de Lula à Presidência em 2002. Com a confirmação da vitória, foi nomeado ministro da Fazenda em 1º de janeiro de 2003. Não contava com o desmentido de um caseiro.
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