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 | 29/03/2006 18h55min

Relatório diz que lista de Furnas foi tentativa de chantagem

Presidente da CPI dos Correios pediu rigor e cautela na análise do documento

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios pede ao Ministério Público que investigue Nilton Monteiro e o assessor da prefeitura de Belo Horizonte, Luiz Fernando Carceroni. O relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) considera que "Monteiro forjou ou se valeu da mencionada relação, com o claro intuito de caluniar políticos ligados à oposição ao governo federal". A lista, que nunca teve sua autenticidade comprovada ou negada, apresentava uma série de nomes que teriam recebido doação ilegal da estatal Furnas Centrais Elétricas.

A maioria dos parlamentares eram da base governista do então presidente Fernando Henrique Cardoso, além do então candidato a governador paulista Geraldo Alckmin. Serraglio classifica Monteiro de "falsário contumaz" e que, neste episódio, contou com a participação de Luiz Fernando Carceroni. Serraglio sugere que os dois sejam processados por calúnia, falsidade de selo ou sinal público e falsidade ideológica.

O presidente da comissão, senador Delcidio Amaral (PT-MS), pediu aos parlamentares, tanto da oposição quanto da base governista, que olhem com bastante "rigor e cautela" o relatório final da comissão apresentado hoje. Ao ser indagado sobre a aprovação do relatório, Delcidio respondeu que só tomou conhecimento do texto hoje.

– Precisamos ainda avaliá-lo. O pente fino final será agora com a discussão dos parlamentares. É eventual que, se tiver havido desvios, que esses desvios sejam corrigidos para fazermos um relatório realmente competente, que sirva de instrumento para as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal – Delcidio acredita que o relatório só deverá ser votado na próxima terça.

O senador disse ser natural do processo político haver qualquer discussão com relação ao relatório do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele defendeu a aprovação de um único relatório, e não a elaboração de um relatório paralelo ao documento final elaborado por Serraglio. Esse relatório poderia ser mais brando com relação, por exemplo, aos indiciamentos feitos no texto original.

– Seria muito ruim se houvesse um relatório paralelo ao texto final da CPI dos Correios, até porque um relatório paralelo não é nem regimental. O que é regimental é voto em separado. E esse instrumento será utilizado provavelmente na terça-feira, quando viermos a votar o relatório principal e os votos em separado – disse.

AGÊNCIA BRASIL
 
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