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 | 09/05/2002 09h10min

Beira-Mar revela sua ligação com as Farc

Uma gravação feita na carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília, confirma a ligação entre o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, 38 anos, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A associação de Beira-Mar com os guerrilheiros, sempre negada pelo traficante, foi confirmada na conversa com dois agentes infiltrados na carceragem e revelada domingo pela revista colombiana Cambio.

Na conversa, Beira-Mar admite que pagava comissão a Tomás Molina Caracas, o Negro Acacio, um dos comandantes das Farc, para traficar cocaína para o Brasil a partir de Barrancominas, no sul da Colômbia. Beira-Mar também conta que comprava material de guerra no Paraguai para abastecer os guerrilheiros. O conteúdo da gravação teria sido revelada aos jornalistas colombianos por “fontes no Brasil e nos Estados Unidos”. Segundo a revista, a fita estaria no escritório do secretário de Justiça norte-americano, John Ashcroft, e do diretor da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA), Asa Hutchinson.

A reportagem sustenta que a conversa seria uma das peças-chave do expediente judicial que serviu de base para os Estados Unidos pedirem, em abril, a extradição de Beira-Mar e de outros dois narcotraficantes brasileiros, além de três integrantes das Farc. Beira-Mar foi transferido em abril da Superintendência da PF em Brasília para o presídio de segurança máxima de Bangu 1, no Rio. Principal atacadista de drogas do Rio, o traficante foi preso em abril de 2001 na Colômbia. Estava foragido havia quatro anos. Ele foi condenado duas vezes pela Justiça brasileira a 12 anos de prisão, por tráfico de drogas e homicídio.

Desde sua prisão, Beira-Mar nega envolvimento com as Farc e com o tráfico na Colômbia, alegando ser fazendeiro. Isso impediu que fosse processado lá e permitiu sua extradição para o Brasil. O chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF, Getúlio Bezerra, disse que, em conversas informais com policiais, Beira-Mar admite suas relações com dirigentes das Farc, mas nunca assina depoimentos sobre isso. O Exército colombiano repassou à PF uma agenda com anotações sobre o esquema de Beira-Mar. Nela, há indicações de que parte da droga era paga em armas que seriam destinadas aos guerrilheiros.


 
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