As conseqüências do desequilíbrio no número de homens e mulheres começam a ser notadas na Índia. Segundo o último censo, para cada mil homens na Índia há apenas 933 mulheres.

A falta de mulheres no estado desértico do Rajastão, no norte da Índia, está criando novas tendências matrimoniais. Os pais das jovens em idade de casar começam a se recusar a dar suas filhas em casamento a um homem cuja família não tenha também uma moça que possa se casar com um irmão solteiro da futura noiva.

Segundo informou hoje o jornal Sunday Express, este é o novo preço do matrimônio em várias regiões do estado: um casamento em troca do outro. Em um país onde a maioria dos casamentos é arranjada e onde uma vida de solteiro ou sem filhos é inconcebível, a falta de mulheres representa um problema difícil de resolver.

A preferência pelos meninos e o aborto seletivo de meninas fizeram com que na Índia haja 32 milhões de mulheres a menos do que homens. Logo, há o mesmo número de homens solteiros, muitas vezes por falta de opção, já que o casamento é uma instituição social quase obrigatória na Índia.

A proporção de mulheres para mil homens no estado de Rajastão é de 922, mas em alguns povoados não chega a ser sequer de 500, o que transforma a busca por uma esposa em uma aventura para as famílias.

A falta de noivas está causando uma reviravolta na situação habitual do país, onde as famílias das futuras esposas geralmente pagam um dote para conseguir casá-las. Agora, as famílias das jovens podem negociar e ditar os termos da união.

A mudança não fez com que os casamentos sejam definidos pelos noivos ou por amor, simplesmente alterou as negociações e abriu espaço para novas regras. Agora, na região de Shekhawati uma jovem bonita e com educação pode ser trocada por até duas moças analfabetas.

AGÊNCIA EFE