O Inter não saiu do empate sem gols com o Nacional nesta terça, em Montevidéu. Mesmo assim, o time gaúcho volta do Uruguai com um ponto somado, e a classificação virtual às oitavas-de-final da competição continental. A confirmação deverá ocorrer na próxima rodada, no dia 18 de abril, quando os colorados enfrentam o Maracaibo e podem até perder por um gol de diferença.

Mas nesta terça – dia em que completava 97 anos de história – o Inter ficou devendo. Não lembrou, nem de longe, o jogo de ida, em que venceu por 3 a 0, em uma das melhores apresentações do time colorado dos últimos anos.

Sem a criatividade e o toque de bola que lhe são característicos, não produziu nada no primeiro tempo além da marcação que impediu que os uruguaios, cujo o futebol estava equiparado, marcassem. Também errando muitos passes e sem efetividade no ataque, o time de Abel Braga não fez valer a superioridade do plantel em relação ao de Martín Lasarte.

Sem Fernandão, que sentiu forte lombalgia momentos antes da partida, Rentería teve a responsabilidade de comandar o ataque. Abel optou pela entrada de Adriano e sacou Perdigão do time. Tinga jogou de segundo volante e o time perdeu o seu trabalho de distribuição de jogo com os atacantes.

No segundo tempo, o jogo melhorou bem pouco. Os dois times faziam jogadas rápidas, mas todas intercaladas com bolas altas – um festival de "balões" de lado a lado.

Os goleiros também não tiveram tanto trabalho durante toda a partida. Não que a bola não chegasse até eles. Mas foram poucos os lances de perigo real. Clemer salvou o Inter aos 16 minutos do segundo tempo, quando pegou uma batida de Albín, que chegou livre na área. Três minutos depois, Rentería recebeu na ponta-direita, ajeitou e mandou uma bomba em direção ao gol uruguaio. Bela defesa de Bava.

Aos 25 minutos, Iarley perdeu boa chance. Ele recebeu uma bola e escapou com ela dominada em direção à meta de Bava. Ao invés de chutar, tentou passar para Adriano, o que permitiu a recuperação do arqueiro uruguaio.

Mas o lance de maior adrenalina ocorreu a dois minutos do fim, quando Martinez recebeu lançamento da direita e mandou a bola no poste esquerdo de Clemer. No rebote, a bola foi mandada para as redes, mas o juiz anulou o gol, porque o atacante uruguaio usou o braço. Em seguida, pelo lado do Inter, outro lance de Rentería, que recebeu novamente na frente do gol, mas ao invés de chutar, preferiu passar e a jogada perdeu o tempo.

E foi assim que acabou. Se antes do jogo no Uruguai a delegação colorada preferia não pensar no Gre-Nal, nesta quarta deve acordar respirando o clima da decisão. O próprio presidente Fernando Carvalho convocou o torcedor para lotar o Beira-Rio no domingo, em busca do pentacampeonato gaúcho:

– Agora é Gre-Nal!