| 11/04/2006 11h30min
Os países do Mercosul estão negociando um financiamento de US$ 100 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para investir em ações conjuntas de erradicação da febre aftosa nos próximos três anos.
– Isso é o que estamos pedindo para um projeto integrado de combate à doença – disse nesta segunda, dia 10, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, na abertura da reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) e da II Conferência Internacional sobre Rastreabilidade de Produtos Agropecuários, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
A erradicação da febre aftosa na América do Sul é uma das prioridades do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile.
– Temos que ter políticas e interesses harmonizados – defendeu o ministro.
A eliminação da doença, assinalou, é essencial para que o Mercosul aumente ainda mais sua participação no comércio mundial de carnes. Ele revelou que os países do CAS também devem desenvolver ações conjuntas de prevenção à influenza aviária. Para tanto, segundo Rodrigues, o BID deve oferecer financiamento à adoção de medidas de prevenção contra a gripe aviária.
Composto por ministros de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Mercosul Ampliado, o CAS foi instalado em 2003, durante reunião em Brasília. O conselho tem como principais atribuições harmonizar as políticas agrícolas da região, trocar informações sobre o cenário agropecuário dos países membros, articular a defesa sanitária animal e vegetal, estabelecer posições conjuntas para as negociações comerciais internacionais e promover a integração para abrir mercados ao bloco econômico.
O ministro destacou ainda a importância da II Conferência Internacional sobre Rastreabilidade de Produtos Agropecuários. De acordo com ele, a certificação de origem e a rastreabilidade dos produtos agrícolas e pecuários devem ser uma exigência de todos os mercados mundiais nos próximos três ou quatro anos. Para ele, o evento servirá também para permitir aos países do Mercosul que harmonizem suas normas de rastreamento. A partir disso, acrescentou, o Brasil lançará o seu novo projeto do Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).
Além do Sisbov, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e órgãos vinculados como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecjuária (Embrapa) têm outros programas de rastreabilidade e segurança alimentar. Entre eles, Rodrigues citou o Programa de Produção Integrada de Frutas (PIF), Sistema Agrícola de Produção Integrada (Sapi), Programa de Alimentos Seguros (PAS), Pró-Orgânico, Integração Lavoura Pecuária e as ações permanentes de sanidade animal e vegetal.
Rodrigues falou também sobre as perspectivas do agronegócio brasileiro. Responsável por 28% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% das exportações e 37% dos empregos, o setor tem um horizonte promissor de crescimento.
– Nos próximos 10 anos ou 15 anos, será necessário produzir mais 60 milhões de toneladas de milho e soja – revelou o ministro, baseada num estudo de uma multinacional. Nesse período, o Brasil deve incorporar à atividade agrícola 30 milhões de hectares que deverão ser liberados pela pecuária, que tem hoje 220 milhões de hectares destinados a pastagens.
No curto prazo, o agronegócio brasileiro deverá ganhar mais incentivo do governo federal. Além do pacote de apoio à comercialização, financiamento e custeio anunciado na última quinta-feira, o Palácio do Planalto e os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda estão trabalhando num outro conjunto de medidas estruturantes, voltadas a questões fiscais, tributárias, de importação e seguro rural.
– Esse pacote, que será uma complementação daquele emergencial, deve ser divulgado entre duas ou três semanas – adiantou Rodrigues.
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