| 14/04/2006 15h42min
O governo da Bolívia confirmou que a empresa brasileira EBX violou normas ambientais do país, fato que levou à suspensão da licença que a companhia tinha para construir uma siderúrgica em solo boliviano. O ministro boliviano de Planejamento para o Desenvolvimento, Carlos Villegas, considerou ilegal a obra iniciada pela empresa MMX, filial da EBX, no município de Puerto Quijarro.
Há nove meses a companhia iniciou a construção de uma siderúrgica na fronteira da Bolívia com o Brasil, em um investimento total avaliado em US$ 220 milhões. O Executivo boliviano argumenta que a empresa planeja utilizar carvão vegetal para fundir o ferro da jazida Mutún, próxima a Puerto Quijarro, o que provocaria um grave impacto ambiental na região.
Segundo Villegas, a companhia violou a Constituição Política do Estado e normas específicas de proteção do meio ambiente.
– Eles sabem disso e admitiram em uma carta com uma proposta de solução enviada ao governo – declarou o ministro.
As autoridades bolivianas alegam que a EBX quis enganar o Estado boliviano ao instalar-se na zona franca da região, localizada em Puerto Quijarro e no município vizinho de Puerto Suárez, para evadir impostos.
A medida do governo é rejeitada pelos moradores locais, que ontem realizaram uma manifestação exigindo uma resposta sobre a licença solicitada pela empresa brasileira e ameaçaram adotar outras medidas enérgicas na próxima semana.
A jazida de Mutún, a maior na América do Sul, tem reservas de 40 bilhões de toneladas de minério de ferro, a maior parte na forma de hematita. Os interessados em explorar a área são a própria EBX, a britânico-holandesa Mittal Steel, a indiana Jindal Steel and Power, o consórcio argentino Siderar-Techint e a chinesa Luneng Shandong.
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