| 17/04/2006 08h53min
Se o rebaixamento à Série A-2 do Campeonato Paulista já não era o suficiente para agravar a crise no Canindé, a Portuguesa ainda promete viver sérios problemas financeiros durante a disputa desta Série B. Com as rendas das partidas penhorada na Justiça, a Lusa vê um declínio absoluto do dinheiro vindo das bilheterias. No empate em 1 a 1 com o São Raimundo, neste sábado, foram apenas 765 pagantes, que proporcionaram uma renda líquida de R$ 773,52 negativos, isso com o ingresso de arquibancada custando R$ 20,00.
Com todos os problemas, a própria diretoria do clube admite que a equipe está pagando para jogar a Segundona.
– O que recebemos do Clube dos 13 não dá para manter o clube. Nossas verbas da Federação Paulista (FPF) estão bloqueadas na Justiça. Estamos passando por muitas dificuldades financeiras – reconheceu o presidente da Lusa, Manuel da Lupa.
Com mais de 50 ações contrárias circulando na Justiça paulista, oficiais ficam nas bilheterias para apreender a renda, que será revertida ao pagamento das dívidas trabalhistas com ex-jogadores e processos de antigos parceiros. Os salários do time profissional, a manutenção dos juniores e custos extras são pagos graças à ajuda de investidores como o banco português Banif.
Da Lupa, entretanto, vem trabalhando para domar o caos. A Portuguesa já entrou com uma ação pedindo ajuda para amenizar os problemas.
– Pedimos ao tribunal Regional do Trabalho (TRT) que crie uma vara única para todas as dívidas da Lusa. Com isso vamos ter a obrigação de depositar em juízo 1/3 do nosso lucro mensal. Isso já existe em outros estados – disse o cartola, usando um argumento infalível para convencer os credores.
– Eles sabem que se acabar com a galinha, não terão ovos – afirmou.
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