Um forte sinal de que a postura do governo mudou em relação à crise da Varig veio do ministro da Defesa, Waldir Pires. Um dos integrantes do Planalto destacado para a discutir a situação da Varig, Pires admitiu ontem que o governo pode ajudar com dinheiro a aérea.

– Não é só possível a ajuda financeira. É a convicção de que é possível existir uma tomada de operação da Varig consistente. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei. O governo está empenhado nisso, está desejoso que isso ocorra – disse Pires.

O cenário que aumenta a expectativa de recuperação da empresa começou a ser desenhado no início da semana, com o juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, garantindo que não decretaria a falência do grupo, mas ganhou traços finais com a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Foi ela quem agiu para que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mudasse o tratamento com as questões da Varig.

Depois de vetar na terça-feira a venda da VarigLog à Volo do Brasil, ocorrida em janeiro, a Anac voltou atrás e passou a admitir o negócio, que, barrado dificultaria uma solução para a Varig. A Volo do Brasil/VarigLog propõe comprar a aérea por US$ 400 milhões - única oferta privada que apareceu até agora.

Na quarta-feira, em Osório, no litoral gaúcho, Dilma descartou dinheiro público para a Varig, mas reforçou o papel de apoio do governo. Ontem, o ministro da Defesa ampliou possíveis saídas.

- A posição é que possa existir dinheiro público de forma adequada - afirmou Pires, lembrando, porém, que o BNDES tem limitações para financiar a Varig.

Na próxima terça-feira, VarigLog e Varig vão apresentar a credores a proposta de compra de US$ 400 milhões, e em 2 de maio deve ocorrer a assembléia para analisar a oferta - ainda muito questionada, mas, cada vez mais, classificada como a única saída para a companhia.

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