Políticos e grupos de estrangeiros da Alemanha pedem contundência contra o racismo e as provocações ultradireitistas nos estádios, após os ataques xenófobos no leste do país e diante do temor de que isto acabe manchando a Copa do Mundo.

– Os visitantes do mundo todo devem se sentir bem-vindos e seguros em nosso país – afirmou o primeiro-ministro da Baviera, Edmund Stoiber, no jornal Bild am Sonntag, além de lembrar que cabe ao anfitrião do Mundial lançar essa mensagem.

O ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfália, Ingo Wolf, apelou aos cidadãos para fazer frente à extrema direita e mostrar, no Mundial, que a Alemanha é um "país aberto e tolerante".

As declarações dos políticos, do sul e do oeste do país, foram feitas após o brutal ataque em Postdam (cidade vizinha a Berlim) contra um etíope-alemão, em coma há uma semana, que abriu um debate sobre a xenofobia no leste.

A chanceler Angela Merkel, originária do leste, condenou essa agressão e anunciou contundência. Os dois supostos agressores foram detidos e serão punidos com longas penas, caso sejam confirmados como autores do ataque.

Mas o titular de Interior e responsável de Esportes, Wolfgang Schäuble, deu o que falar quando atribuiu o avanço da extrema direita a seqüelas sociais da Alemanha comunista. Merkel não gostou nada da declaração e o desagrado valeu uma retificação ao ministro.

Feliz ou não, a afirmação de Schäuble – e independente do transcorrer do caso – traz à tona o fato de que os ataques xenófobos são quase diários no antigo território comunista, atribuídos ao alto índice de desemprego e à falta de perspectivas para a juventude.

O estado de Brandeburgo, do qual Potsdam é a capital, lidera o ranking de atos racistas e ataques da extrema direita do país.

Grupos de africanos de Berlim e Brandeburgo editarão um catálogo de "No-Go-Areas", áreas não recomendadas para visitantes que não sejam brancos, o que inclui alguns estádios de futebol.

AGÊNCIA EFE