| 28/04/2006 18h37min
A dívida da Varig com a BR Distribuidora deverá sofrer um aumento a partir da próxima semana. O motivo é o novo reajuste de 5,5% no preço do combustível de aviação (QAV – querosene para aviação), anunciado nesta sexta, dia 28, pela Petrobras. O novo preço deve entrar em vigor a partir do dia 1º de maio.
Os reajustes do querosene de aviação são definidos pela Petrobras a cada 15 dias. O último aumento, no dia 16, foi também da ordem de 5,5%, segundo a assessoria do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). O sindicato lembra que o combustível representa entre 30% a 60% dos custos operacionais das companhias aéreas no Brasil.
Questionado sobre o aumento e o impacto sobre a Varig, o coordenador da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, defendeu que "além das questões de reestruturação que são exigidas para a Varig, o sistema de transporte aéreo precisa de uma discussão setorial". O TGV reúne as associações de funcionários da empresa e sindicatos do setor aéreo.
Segundo Marsillac, não se pode compreender que o combustível automotivo suba 140% e o óleo diesel 150%, enquanto o querosene de aviação sofra aumento de 350%.
– Por que o cálculo do combustível de aviação é diferente dos outros derivados de petróleo? – indagou ele, que também criticou o fato de a gasolina e o óleo diesel serem considerados essenciais para a economia brasileira, "em detrimento do combustível de aviação".
Na análise de Marsillac, "está faltando uma visão estratégica para o setor aéreo, está faltando uma visão de que isso é estratégico para a economia do país". Essa discussão terá de ser feita, disse o coordenador do TGV, envolvendo toda a cadeia produtiva do transporte aéreo.
O coordenador da TGV destacou, contudo, que essa é uma questão emergente, uma vez que a questão urgente para os funcionários da Varig, no momento, se refere à salvação da empresa. De acordo com dados do SNEA, neste ano o preço do QAV
mostra alta de 18%, contra uma inflação no
período de 1,55%, medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas.
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