| 30/04/2006 20h48min
Cerca de 100 mil pessoas participaram hoje de uma manifestação na Argentina, nas proximidades de uma ponte que liga o país ao Uruguai, para pedir que duas fábricas de celulose não sejam instaladas na cidade uruguaia de Fray Bentos.
Levando cartazes com dizeres "Não às fábricas de celulose" e bandeiras da Argentina, os manifestantes caminharam pela cidade argentina de Gualeguaychú até a ponte General San Martín, uma das três que cruzam o rio Uruguai. A ponte liga Gualeguaychú a Fray Bentos, onde a companhia espanhola Ence e a finlandesa Botnia estão construindo fábricas de celulose com um investimento conjunto de US$ 1,8 bilhão, que são consideradas pelos argentinos um risco ao meio ambiente.
A manifestação acontece um ano depois de outra que reuniu 40 mil pessoas pelo mesmo motivo.
– Solicitamos aos bancos internacionais e aos Governos da Espanha e Finlândia que não financiem diretamente ou indiretamente a construção das fábricas de celulose – destaca o documento lido na ponte por membros da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, que organizou a manifestação.
Organizações sociais, ambientalistas e sindicatos viajaram de Buenos Aires e outras províncias do interior do país para se juntar à mobilização, assim como manifestantes vindos do Uruguai e do Chile. A manifestação foi acompanhada por cerca de 700 policiais.
A construção das fábricas provocou um conflito entre Uruguai e Argentina, que solicita a suspensão das obras por 90 dias para realizar um estudo sobre o impacto ambiental na região. O Governo argentino teme que as fábricas de celulose contaminem a bacia do rio Uruguai, limite natural entre os países, o que as autoridades uruguaias e as empresas envolvidas negam.
Na próxima sexta, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, chegará a Gualeguaychú para participar de um ato em defesa do meio ambiente, acompanhado pelos governadores da maioria das províncias argentinas. O ato acontecerá um dia depois da data prevista para que o Governo Argentino faça sua apresentação ao Tribunal Internacional de Haia contra a instalação das fábricas de celulose.
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