| 04/05/2006 10h29min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que os governos do Brasil e da Argentina têm que, necessariamente, entender seu pedido de pagar mais pelo gás de seu país, segundo um comunicado divulgado hoje pela Agência Boliviana de Informação (ABI).
– Sim, Brasil e Argentina têm que aumentar o preço do gás que estão comprando porque, segundo o acordo, em 2004 os preços já deveriam ter sido revistos, e, portanto, lamento que os Governos não tenham feito isso – disse Morales após reunir-se ontem à noite em La Paz com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
O governante boliviano esclareceu que a reunião de hoje em Puerto Iguazú (Argentina) com o presidente desse país, Nestor Kirchner, o do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Chávez, não é para negociar nada, mas para levar adiante a integração energética entre os países sul-americanos.
Morales, segundo a ABI, referiu-se assim a versões que indicam que na reunião de hoje serão negociados os termos do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, anunciado na segunda, e a forma como essa medida afeta empresas do Brasil e da Argentina.
– A nacionalização é uma decisão soberana e não negociaremos nada sobre esse tema – afirmou o presidente boliviano.
Sobre o anúncio de quarta da Petrobrás, de que deixará de investir na Bolívia devido às novas regras do setor de hidrocarbonetos, Morales disse que essa é uma decisão soberana do país.
– Podem chantagear, mas não é possível que com nossos recursos tenham uma grande empresa e deixem a economia de nosso país mal – acrescentou.
Também afirmou que sobram empresas petrolíferas de vários continentes interessadas em realizar negócios com a Bolívia, em alusão aos protestos da Petrobras e da hispano-argentina Repsol YPF contra a nacionalização, que dá ao Estado o "controle absoluto" dos hidrocarbonetos bolivianos. Morales declarou que por falta de uma boa administração, a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) esteve em má situação, mas que se recuperará.
O presidente comentou a experiência da também estatal petrolífera PDVSA, da Venezuela, que há nove anos passava por uma situação parecida com a da YPFB e agora é uma das mais importantes do mundo, segundo Morales.
– Nesse momento, a PDVSA recuperou seus hidrocarbonetos e com o companheiro Chávez chegou ao que é agora – afirmou Morales.
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